Ecologia Geral - Conceitos Gerais de Ecologia

Ecologia Geral - Conceitos Gerais de Ecologia

Ecologia Geral - Conceitos Gerais de Ecologia

Histórico - As raízes da ecologia levam-nos aos estudos ligados ã história natural, algo, que, em essência é tão antigo quanto o homem. O homem das cavernas já percebia o problema da contaminação atmosférica, pois a partir do momento em que começou o fogo, o indivíduo que utilizava os materiais úmidos ou inadequados à combustão , era castigado por seus companheiros, devido a fumaça e odores que provocava no interior da caverna. Os egípcios e babilônios aplicaram métodos ecológicos para combater as pragas que assolavam suas culturas no vale do rio Nilo o que também ocorreu na Mesopotâmia. Na antiga Grécia, os curtumes com seus gases de cheiro desagradável, só podiam ser construídos após autorização especial. As fundições de prata eram obrigadas a possuir chaminés altas para distribuir melhor na atmosfera os gases tóxicos (SO2). Na antiga Roma as atividades de matadouros, curtumes, fabricantes de azeite e lavanderias, por decreto eram permitidas somente além do rio Tibre. Os fornos de fabricantes de vidro que produziam contaminação com HF podiam ser levantados em áreas restritas. Na Idade Média com o aparecimento das concentrações urbanas nos “burgos” os problemas ecológicos se avolumaram, embora localizados. A ecologia como ciência, embora já na antiga Grécia tenham sido produzidas obras com características ecológicas, começam a surgir após a idade média, quando reinou o obscurantismo, como ciência.

1978 – Malthus determinou que as populações podem crescer em ritmo exponencial (modelo densidade-dependente) enquanto os recursos de que necessitam crescem em ritmo aritmético.

1838 – Verhulst derivou a curva logística do crescimento populacional (modelo densidade dependente).

1843 – Farr descobriu a relação existente entre a taxa de mortalidade e a densidade de uma população.

1866 - Surge a palavra ECOLOGIA oikos = significa casa.

Usada pelo biólogo alemão HAECKEL na obra "Generelle" . Morfhologie der Organismen, esta palavra significa literalmente a Ciência do Habitat. Na realidade uma série de trabalhos que se multiplicaram a partir de 1850 dão início a ecologia, embora com outros títulos com o livro de Schimper, Fitogeografia em base fisiológica (1898) nada mais fossem do que tratados sobre ecologia.

1930 - Somente na década dos 30é que a ecologia passou a ter realmente um grande desenvolvimento como ciência, embora já no nosso século, em seu princípio surgissem obras de ecologia propriamente ditas, e esta tivesse inicialmente o seu desenvolvimento.

Histórico da Ecologia Vegetal no Brasil

1892 - Warming em seu livro LAGOA SANTA sobre a localidade do mesmo nome publicou um livro, posteriormente traduzido do Dinamarquês para o Português. (1908).

1934 - Felix Rawitscher, organizou o departamento de botânica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP ( alemão) dando início aos estudos de Fitoecologia em 1942surgem:

1942 - A primeira obra PROBLEMAS DE FITOECOLOGIA COM CONSIDERAÇOES ESPECIAIS SOBRE O BRASIL MERIDIONAL, seguido brilhantemente por Guimarães Ferri, cujas obras sobre o cerrado são de nosso conhecimento. No Rio Grande do Sul um dos Primeiros a atuar em Fitoecologia é Albano Backes que em 1973 publicou sua tese de mestrado no Departamento de Botânica do Instituto de Biociência da USP " Contribuição ao Conhecimento da Ecologia da Mata de Araucária" versando sobre esta no Rio Grande do Sul.

DEFINIÇÃO
Ecologia - oikos- casa g. (morada). É a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos, e as interações, de qualquer natureza, existentes entre os seres vivos e seu meio. " é a ciência que estuda o ambiente e aquele que vive no ambiente."

Ambiente - tudo aquilo que cerca o indivíduo no seu local.

O Brasil em relação aos países mais desenvolvidos, em ecologia, apresenta uma série de problemas, o primeiro é de apresentar um grande número de espécies, tanto animais como vegetais, pois são muito mais pobres em espécies que as nossas, permitindo que as espécies sejam facilmente reconhecidas em sua grande maioria, mesmo usando manuais disponíveis, isto não ocorre no nosso meio. Em vista disto os autores daqueles países salientam a necessidade de estudos do aspecto dinâmico das associações, enfatizando que os estudos de sistemática não são modernos, ocorre que no Brasil a sistemática está atrasada em mais de um século em relação aqueles países, e em consequência se quisermos estudar as relações fundamentais de um ecossistema brasileiro será necessário conhecer primeiramente sua composição em espécies.

Ciências Relacionadas com a Ecologia

A Ecologia para chegar a conclusão necessária necessita do auxilio de uma série de outras ciências sendo portanto multidisciplinar, levando a uma síntese de conhecimentos para permitir a análise das relações apresentadas pelos seres vivos e do meio ambiente, para isto se utiliza da Física, da Química, da Estatística, da climatologia, da Pedologia e da Geomorfologia entre outras. Utiliza é claro também os diferentes ramos da Biologia. Principalmente da Zoologia, Botânica, Sistemática, Fisiologia, Genética, Fitogeografia. etc.

Subdivisões da Ecologia

Austoecologia - Estuda a relação de um organismo ou de uma espécie com seu meio. Define essencialmente os limites de tolerância e de preferência das espécies em fase dos diversos fatores ecológicos e examinando a ação do maio sobre a morfologia, a fisiologia e o comportamento.
Este estudo levará a conclusões que nem sempre serão válidas pois, despreza o relacionamento com as espécies.

Sinecologia - ( Schroter, 1902. do gr, Syn- conjunto, oikos- casa logos estudos). Estuda a relação entre os indivíduos de diferentes espécies e o meio. Este estudo sinecológico pode ser feito sob os aspectos:

1- Estático - ( Sinecologia descritiva) realiza a descrição dos seres vivos existentes em um determinado meio. Obtém-se desta maneira dados sobre a composição específica dos grupos, a quantidade, freqüência, constância e distribuição espacial das espécies.

2- Dinâmico - (Sinecologia funcional) realiza a descrição dos grupos de seres vivos existentes no meio em questão, e as inter-relação existentes entre os diferentes indivíduos e o meio sob um aspecto dinâmico. No nível sinecológico, levando em conta a composição a estrutura e a dinâmica das comunidades biológicas podem ser feitas ainda as seguintes subdivisões :

a- Composição - quais os indivíduos que formam as comunidades. Neste caso não há preocupação com a sp. e sim com os agrupamentos de indivíduos que aparecem, estudado os indivíduos e a frequência com que aparecem na comunidade. Ex. - se a maior frequência for de gramíneas teremos um campo. Se a grande frequência na comunidade for de árvores teremos mata.

b- Estrutura - Procuramos separar os elementos componentes da comunidade em diferentes categorias. Se aplica principalmente em botânica. Ex. - Arbóreas, Sub arbóreas, herbácea e talófitas.


Ainda podem ser feitas outras divisões como:
a- SINECOLOGIA SISTEMÁTICA: encarrega-se de catalogar as espécies.
b- SINECOLOGIA FISIOLÓGICA: estuda a fisiologia da comunidade. Ex.- processo da reprodução dos animais do grupo, germinação das sementes na comunidade.
c- SINECOLOGIA SINEGENÉTICA: estuda se a comunidade está em evolução, equilíbrio ou degeneração.
d- SINECOLOGIA CRONOLÓGICA: estuda o comportamento da comunidade através do tempo.

O estudo ecológico também pode ser efetuar ao do que denominamos níveis.

a- Nível Bioclimatológico - É o relacionamento entre o clima e as formas de vida que existem (apresenta grande importância no sentido vegetal). O clima condiciona a existência das diferentes formações fitogeográficas.

Ex.- Mata fluvial atlântica, é caracteristicamente muito exuberante e depende de um grande teor de água.

Ex.- Mata araucária, encontramos a partir de 400 metros no Rio Grande do Sul. No sul de Minas só aparece em altitudes acima de 1000 metros, neste caso temos que "o fator altitude compensa o fator latitude " devido a que as condições de clima se repetem. Outro aspecto importante é o relacionamento do s.v. com o clima (temperatura, luz, umidade, cada um desses considerado individualmente ) surgem então uma série de dados de onde tiraremos conclusões permitindo o estabelecimento de cortas constantes em relação a certas áreas. Estas constantes são obtidas pela média das observações climatológicas e biológicas permitindo o relacionamento da área através das linhas que unem os pontos em que os dados são semelhantes. O mapeamento pode ser feito também através das informações obtidas durante o ano. Ficando então os mapas de cada estações.

Biocoras - São linhas ao longo das quais se observam os mesmos fenômenos biológicos e consequentemente ao longo destas linhas se manifestam as mesmas formas biológicas. Para tração estas linhas se obtém a média anual e traça-se o mapeamento.

Biofenas - São as linhas de um mapeamento ao longo das quais se observa a mesma periocidade. Estabelece-se a comparação, obtendo a média estacional. (verão e inverno).

b- Nível Industrial - Através deste nível se estuda a influência do homem sobre a paisagem. O efeito da topografia geral sobre as formações. Ação do fogo, o homem incendeia grandes extensões anualmente. Isto tem um alcance muito grande para as formações vegetais e animais.

Como vimos um grande número de divisões e de níveis podem ser estabelecidos artificialmente para a ecologia, na realidade se formos realizar um estudo ecológico na acepção da palavra, teremos que abranger simultaneamente todas estas divisões, pois se considerarmos apenas um dos itens, desprezando os demais poderemos chegar a conclusões que não precisas, o mesmo ocorrendo quando retiramos um indivíduo do meio para estudá-lo em laboratório, é lógico que não podemos reproduzir em laboratório todas as condições de interação não só do meio físico mas também o relacionamento com os outros seres que se encontravam em seu habitat natural.

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