SAPOS - ESPÉCIES E CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SAPOS

Sapo-Bufus (Bufo marinus)

Sapos - Espécies e Características Gerais dos Sapos

Sapo-Bufus (Bufo marinus)

Características: mede cerca de 70 mm. Cor marrom. Possui duas glândulas de veneno extremamente ativo na parte posterior da cabeça. O veneno esbranquiçado de sabor e odor desagradável oferece perigo até para o homem. O predador que ingerir esse veneno altamente tóxico certamente morrerá. Porém, não utiliza este veneno como arma de ataque, pois não consegue lançar à distância. O veneno surge dos poros ao ser exercida certa pressão sobre as parótidas, quando o líquido pode ser projetado a até quase meio metro de distância. Assim o veneno é muito útil quando o sapo é mordido por algum inimigo.

Habitat: pântanos, lagos e brejos

Ocorrência: do nordeste ao sudeste do Brasil, Misiones na Argentina, Uruguai e leste do Paraguai

Hábitos: noturnos. Em terra o sapo normalmente refugia-se em locais sombrios ou, atraído pela chuva, sai para os descampados e à noite cuida ativamente da sua caçada. Noturnos. Durante o dia refugia-se em tocas entre raízes de árvores, no solo ou entre pedras. Se locomove por pulos ou engatinhando. Os machos vocalizam nas margens de corpos d'água, sobre rochas, no solo, em local de vegetação rala, algumas vezes parcialmente submersos.

Alimentação: insetos, vermes, larvas, camundongos, cobras e caracóis.

Reprodução: a desova é composta por cordões gelatinosos em fileira única de ovos (raramente dupla) e os girinos, pretos, vivem em cardumes.

Os sapos cururu é conhecido também como sapo-boi, é nativo das Américas Central e do Sul. Pertence ao gênero Rhinella, que inclui centenas de espécies de sapos diferentes, distribuídas principalmente pelo Brasil.

O sapo-cururu possui grandes glândulas de veneno. Tanto os adultos como os girinos são altamente tóxicos quando ingeridos. Por causa do apetite voraz, foi introduzido em várias regiões do Oceano Pacífico e dos arquipélagos caribenhos como método de controle biológico de pragas, nomeadamente na Austrália, em 1935. Em inglês é conhecido como Cane Toad e, em espanhol, como Sapo de Caña ("sapo-da-cana" em ambas as línguas) por ter sido muito usado no controle de pragas da cana-de-açúcar. Atualmente, é considerado uma praga em muitas das regiões onde foi introduzido, pois sua pele tóxica mata muitos predadores nativos quando ingerido, além de afetar animais domésticos e de estimação que os comem.

sapo cururu Em geral, os adultos atingem de 10 a 15 cm de comprimento. A espécie apresenta dimorfismo sexual quanto à coloração e ao tamanho dos animais. As fêmeas são, em geral, maiores e de cor sépia ou marrom, enquanto que os machos são menores e mais claros, de cor amarelo-pardo.

O sapo cururu vive em média de 10 a 15 anos na natureza, podendo chegar a 20 anos em cativeiro. Sua pele é seca, enverrugada e possui protuberâncias acima dos olhos que vão até o focinho. Os dedos das patas traseiras têm membranas interdigitais, enquanto que os dedos das patas dianteiras são livres.

Muitos sapos podem identificar as presas pelo movimento. O sapo cururu é capaz também de localizar seu alimento através do olfato. Ele não se limita a caçar e pode comer plantas, restos orgânicos, ração para cães e resíduos doméstico, além da alimentação normal composta de pequenos vertebrados e invertebrados, sendo uma das poucas espécies onívoras de sapos.

Os sapos cururus são capazes de inflar os pulmões para parecerem maiores do que realmente são diante de predadores. São animais mais ativos durante a noite e podem viver longe da água, procurando-a somente para se reproduzir.

Os sapos cururus adultos possuem grandes glândulas parotóides atrás dos olhos e outras glândulas espalhadas pelas costas. Quando se sentem ameaçados, secretam por essas glândulas um líquido branco e leitoso conhecido como bufotoxina, tóxicas para animais e humanos.

Sapo-Amarelo (Bufo crucifer)Sapo-Amarelo (Bufo crucifer)

Características: bufonídeo de porte médio com pele dorsal bastante rugosa. Possuem 2 glândulas maiores na região dorsal da cabeça, chamadas glândulas paratóides. A coloração dorsal é marrom, escuro ou claro, com uma faixa longitudinal negra externamente e amarelada na parte central. Os machos são menores que fêmeas e apresentam calos sexuais nos dedos das patas anteriores.

Habitat: lagos e lagoas permanentes.

Ocorrência: centro e leste do Estado de São Paulo e sul do Estado do Rio de Janeiro.

Hábitos: vocalizam às margens de lagos e lagoas permanentes, preferencialmente nos meses mais frios e secos do ano, vocalizando nas primeiras horas da noite e, às vezes, novamente nas primeiras horas da manhã.

Alimentação: os adultos alimentam-se de insetos, portanto é comum que os encontremos forrageando sob postes de iluminação.

Reprodução: Devido à baixa seletividade dos machos durante a reprodução, pode acabar fecundando fêmeas de outras espécies gerando híbridos naturais.

Predadores naturais: baratas d'água e peixes

Sapo-Cururu (Bufo Ictericus) Sapo-Cururu (Bufo Ictericus)

Características - o macho mede cerca de 140 mm e a fêmea cerca de 170 mm. Quando apanhado com a mão pode encolher-se e ficar imóvel, em tanatose (finge-se de morto). Tanto as volumosas glândulas de veneno, como a tanatose podem ser consideradas como adaptações defensivas. A região dorsal é bastante rugosa devido à presença de glândulas cutâneas. Duas dessas, localizadas logo atrás dos olhos, são chamadas de glândulas paratóides e quando é espremida, libera grande quantidade de veneno, o qual escorre pela pele do animal. Esse veneno causa apenas pequenas irritações cutâneas em pessoas sensíveis, mas se ingerido pode causar sérias complicações.

Habitat: lagos, lagoas e açudes, em regiões serranas, tanto no litoral como no interior.

Ocorrência: do Uruguai à Bolívia central, passando pelo Paraguai, Argentina e costa Atlântica do Brasil.

Hábitos: noturnos. Os adultos são bastante andarilhos, podendo ser encontrados a quilômetros de distância de corpos d'água. Os machos costumam vocalizar às margens de lagos, lagoas e açudes, apenas durante a noite. Vocalizam parcialmente submersos em água calma, apoiados no fundo. Durante o dia pode ser encontrado sob pedras e tocos de madeira, montes de tijolos, ou mesmo no interior de calhas.

Alimentação: os adultos alimentam-se de insetos e forrageiam sob postes de iluminação.

Reprodução: apresenta dimorfismo sexual acentuado. o amplexo pode durar cerca de 40 horas antes que ocorra a oviposição, e o acasalamento pode prolongar-se por mais 10 horas. Os machos procuram ativamente por parceiras sexuais. Isto ocorre quando o macho, sem vocalizar, se desloca no ambiente e tenta amplexo com tudo que se movimenta. A desova é composta por cordões gelatinos em fileiras dupla de ovos (raramente única). Os girinos, pretos, vivem em cardumes.

Sapo-Folha (Zachaenus parvulus) Sapo-Folha (Zachaenus parvulus)

Características - é uma pequena rã com tamanho corporal varia de 1,1 cm a 3,1 cm e seu peso de 0,15 g a 4,57 g. As fêmeas são maiores que os machos, e sua coloração vai do bege (com linhas cinza-escuras) ao verde-claro, incluindo algumas gradações de cinza (claro e escuro) e até laranja com manchas marrons.

Habitat: nas folhas caídas sob as árvores, em áreas de Mata Atlântica.

Ocorrência: sudeste do Brasil.

Hábitos - graças à sua coloração consegue se camuflar entre as folhas caídas sob as árvores nas áreas de mata

Alimentação: insetívoros

Sapo-De-Chifre (Proceratophrys boiei) Sapo-De-Chifre (Proceratophrys boiei)

Características - ao contrário do que aparenta, sua pele é aveludada e os chifres facilmente maleáveis. Tem corpo robusto, com pernas curtas. Seu padrão morfológico e de coloração lhe confere uma ótima camuflagem com o substrato de florestas úmidas ou estacionais.

Habitat: remanescentes de Mata Atlântica

Ocorrência: de Pernambuco a Santa Catarina, principalmente no litoral

Hábitos - vocaliza a partir do solo encharcado por chuvas no interior de matas. Além de seu padrão críptico realiza comportamentos que intensificam sua camuflagem, além de poder dificultar eventos de predação.

Alimentação: insetos, peixes, minhocas

Sapo-Flecha-de-Veneno-da-Amazônia (Dendrobates auratus) Sapo-Flecha-de-Veneno-da-Amazônia (Dendrobates auratus)

Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Dendrobatidae
Gênero: Dendrobates
Espécie: Dendrobates auratus

Tamanho: Variável mas ronda os 2.5cm a 4.5cm (os machos são mais pequenos que as fêmeas)

Aparência: Nas distintas populações pode se encontrar a maior variedade de cores. Podem ser de fundo todo preto, castanho, azul ou verde. As costas e as extremidades estão cobertas de linhas, manchas podem ser verdes, azuis, cinzento metalizado castanho ou até branco. Na parte Ocidental da Costa Rica existem indivíduos completamente negros.

Habitat: florestas tropicais quentes e úmidas, com vegetação densa

Ocorrência: Amazônia (América Central e do Sul)

Hábitos - maioria das espécies é diurna e terrestre. Vivem tanto em árvores como no chão, em pequenos bandos, sempre perto de riachos e lagoas. Passam o dia em busca de alimento e prevenindo-se de ataques predadores.

Alimentação: insetos

Reprodução: maioria das espécies apresentam desova terrestre, posteriormente quando os girinos eclodem, eles são transportados no dorso de um dos pais até um ambiente aquático, onde completam o desenvolvimento. O acasalamento ocorre durante o período das chuvas, de julho a setembro quando a fêmea faz postura de 13 à 25 ovos. Se comportam de forma incomum em relação aos machos da maioria dos sapos, que abraçam as fêmeas

Dimorfismo Sexual: Inexistente. O macho dilata o saco vocal para cantar. As fêmeas podem ser mais corpulentas que os machos e os machos podem ter a cabeça mais pontiaguda e os dedos em forma de coração, mas não é um sinal seguro para as distinguir, (não é fiável).

Comportamento: São sapos diurnos e de comportamento essencialmente terrestre.

Sapo-Flecha-de-Veneno-da-Amazônia Sapo-Flecha-de-Veneno-da-Amazônia (Dendrobates ventrimaculatus)

Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Dendronatidae
Gênero: Dendrobates
Espécie: Dendrobates ventrimaculatus

Tamanho: Varia entre os 12 e os 17 mm

Aparência: Possuem uma cor base que varia entre o amarelo metálizado e o laranja. No dorso apresentam uma lista verdical que se divide nalguns indiv´duos formamdo um Y As listas são grossas e negras. Os membros são de um tom azul pálido com manchas negras. Possule lateralmnete uma risca interrompida de membro a membro encimada por uma outra risca que vai desde o nariz ao membro posterior. O saco vocal costuma ser azul.

Dimorfismo Sexual: Inexistente. O macho dilata o saco vocal para cantar.

Comportamento: Tipicamente arborícola esta rã de diminuto tamanho gosta de trapar principalmente por lianas e bromelias. São animais activos, principalmente de manhã e ao entardecer, e de colonia pelo que se deverá manter um grupo de até 4 individuos num terrario de 50x50x60. Os machos são intolerantes entre eles. Na altura da postura o macho canta desde o local que escolheu para atrair uma fêmea a qual depositará cerca de 2 a 10 ovos. Os ovos não são cuidados por nenhum dos progenitores, sendo por isso colocados perto da água. Após 12 a 14 dias o macho carrega os girinos para uma poça com água, onde ao final de 8 semanas emergem completamente metamorfoseadas. Atingem a maturidade ao final de 1 ano.

Alimentação: Devido ao seu diminuto tamanho alimentam-se basicamente de Drosophila melanogaster e springtails (em grandes quantidades.

Habitat: florestas tropicais quentes e úmidas, com vegetação densa

Ocorrência: Amazônia (América Central e do Sul)

Hábitos - maioria das espécies é diurna e terrestre. Vivem tanto em árvores como no chão, em pequenos bandos, sempre perto de riachos e lagoas. Passam o dia em busca de alimento e prevenindo-se de ataques predadores.

Alimentação: insetos

Reprodução: maioria das espécies apresentam desova terrestre, posteriormente quando os girinos eclodem, eles são transportados no dorso de um dos pais até um ambiente aquático, onde completam o desenvolvimento. O acasalamento ocorre durante o período das chuvas, de julho a setembro quando a fêmea faz postura de 13 à 25 ovos. Se comportam de forma incomum em relação aos machos da maioria dos sapos, que abraçam as fêmeas fortemente e fecunda os ovos à medida que eles são postos. Algumas espécies desses sapinhos executam uma dança nupcial em que dois parceiros saltam contra o outro, várias vezes seguidas. Mais tarde, a fêmea deposita seus ovos na terra, o macho os fecunda e os coloca em seu próprio dorso. Durante as 2 semanas de choco, o macho retorna várias vezes ao local, para checar os ovos. É aí que os filhotes nascem e passam seus primeiros tempos de vida.

Sapo-Guarda (Elachistocleis cf. ovalis) Sapo-Guarda (Elachistocleis cf. ovalis)

Características - corpo ovóide e pequeno de coloração que varia do cinza-escuro ao azul-petróleo. Os animais possuem uma faixa amarelada horizontal na região da cloaca e uma faixa mais delgada e clara, disposta longitudinalmente da cloaca à cabeça. A região ventral é clara (bege) com pontuações escuras.

Ocorrência: sudeste do Brasil

Hábitos - vocaliza parcialmente submerso em poças formadas pelas chuvas, durante o verão. Fora da estação reprodutiva deve permanecer enterrado a alguns centímetros de profundidade no solo. É capaz de realizar "tanatose", isto é, fingir-se de morto para evitar a ação de predadores. Contudo, não há evidências de que essa seja uma estratégia eficiente.

Alimentação: insetos e larvas

Sapo-Martelinho (Hyla biobeba) Sapo-Martelinho (Hyla biobeba)

Características - mede cerca de 6 cm de comprimento rostro-cloacal. O colorido geral é pardo-esverdeado com manchas escuras e claras no dorso, lembrando liquens ou cascas de árvores. Apresenta faixas transversais negras nas coxas e nos flancos. Peculiarmente, possui ossos verdes. Suas mãos são relativamente grandes, característica a qual lhe conferiu o nome biobeba, que na língua indígena significa mãos grandes. Os machos apresentam espinhos sexuais (prepólex) muito desenvolvidos nas patas dianteiras que devem servir para manutenção do amplexo e estímulo para que a fêmea ovule. Além disso, as fêmeas são significativamente maiores que os machos.

Habitat: próximo de lagos, lagoas, brejos

Ocorrência: da Serra do Espinhaço em MG até o interior do Estado de São Paulo

Hábitos - durante o dia permanecem abrigadas na vegetação às margens de riachos e camufladas, adquirindo coloração semelhante a da folhagem. Os machos apresentam padrão bimodal de vocalização, isto é, cantam em dois turnos (das 18 às 21 horas e entre 23 e 1 hora da manhã). As vocalizações são emitidas do chão, ou até aproximadamente 8 m de altura. Para esta espécie, foram identificados três tipos de vocalização: (I) "canto padrão", emitido nas copas das árvores para agregar a espécie fora da estação reprodutiva; (II) "canto de corte", emitido durante a construção do ninho, para atrair as fêmeas; e (III) "grito de agonia", emitido quando manuseada com intuito de livrar-se de um possível predador. Quando este é emitido, os outros machos da redondeza param de cantar por alguns minutos. Fora do período reprodutivo esses animais permanecem nos galhos mais altos das árvores.

Alimentação: principalmente pequenos invertebrados, como besouros, grilos, gafanhotos, mariposas, borboletas e aranhas. Em seu estômago também é comum serem encontrados muco, areia e restos vegetais, mas não significa que alimentem-se necessariamente destes itens.

Reprodução: os machos constroem ninhos ovais (15 x 25 cm), as chamadas "piscininhas" ou "panelinhas", feitas com a lama do próprio local, no chão e próximos a água corrente. A fêmea inspeciona o ninho e, aprovando-o, realiza o amplexo. Então, permanecem abraçados por cerca de 2 horas e meia, podendo durar até 5 horas. Logo após, os ovos são depositados nos ninhos. Não há relato de cuidado parental ou mesmo combates físicos entre machos.

Predadores naturais - as desovas podem ser predadas pela aranha-pescadora.

Sapo-Martelo ou Sapo-Ferreiro (Hyla faber) Sapo-Martelo ou Sapo-Ferreiro (Hyla faber)

Características - anfíbio de grande porte, de coloração uniforme, variando do acinzentado ao avermelhado, passando por tons castanhos. A maioria dos indivíduos apresenta uma linha fina e escura do extremo do focinho até o meio da região dorsal. A região ventral é branca e as coxas são marcadas por faixas transversais. Os machos são um pouco menores, ou do mesmo tamanho que as fêmeas, medindo cerca de 9 cm de comprimento rostro-cloacal e possuem um pequeno espinho (espinho sexual) próximo à base do polegar. Os machos podem apresentar cicatrizes no dorso, provocadas pelos espinhos sexuais, em decorrência de brigas com outros machos.

Habitat: Mata Atlântica e Cerrados, se adaptando a regiões alteradas com facilidade podendo estar, devido a ações antrópicas, ampliando sua distribuição geográfica.

Ocorrência: do sudeste e sul do Brasil ao sudeste do Paraguai e nordeste da Argentina. No Brasil distribui-se desde regiões de baixada a regiões serranas.

Hábitos - atividade é noturna. Alguns indivíduos podem ser encontrados durante o dia, refugiados na vegetação, por vezes descoberto sobre ramos ou folhas grandes. O repertório acústico desta espécie é excepcional. Até hoje já foram descritos seis distintos cantos. São eles: (I) "canto de anúncio"; (II) "canto de pulo"; (III) "canto de briga"; (IV) "grito de agonia"; (V) "canto de encontro"; (VI) "canto de início". A vocalização típica é muito parecida com o som de marteladas, por isso é conhecido por "sapo-ferreiro". Pode ser encontrado vocalizando sobre vegetação ou dentro d'água em partes rasas. Machos adultos, quando apanhados com a mão, podem emitir gritos de agonia ao mesmo tempo que espetam o coletor com o espinho presente na base do primeiro dedo. Fora do período reprodutivo podem ser encontrados sobre as árvores.

Alimentação: insetívoro

Reprodução: reproduz-se durante estação chuvosa, podendo vocalizar sobre a vegetação ou em partes rasas dentro d'água, embora, freqüentemente, vocalize dentro das panelinhas que constrói, as quais servem como ninhos para desova. Estas podem estar localizadas em ambientes florestais ou abertos, às margens de lagoas e córregos permanentes, ou temporários. As fêmeas põem de 3000 a 4000 ovos, os quais ficam boiando na água dentro das panelinhas. Os machos, quando em grandes densidades populacionais, apresentam cuidado parental, permanecendo junto à desova impedindo que outros machos a destruam. Eles ainda podem lutar até a morte por disputas de territoriais.

Predadores naturais - caranguejos, serpentes, corujas e outros anfíbios

Sapo-Pipa (Pipa ssp.) Sapo-Pipa (Pipa ssp.)

Características : corpo plano e largo. A fêmea pode atingir 20 cm de comprimento e o macho 15 cm. Dorso verde, ventre acinzentado e 2 protuberâncias semelhantes a tentáculos junto a boca. É com certeza um dos anfíbios mais estranhos que existe. Tem a boca desdentada, olhos miúdos e seu corpo coberto de verrugas parece um grande saco achatado. Suas pernas dianteiras são finas e os dedos compridos com um círculo de filamentos na ponta. As pernas traseiras, ao contrário, são gordas e os dedos, palmados.

Habitat: pântanos

Ocorrência: região Amazônica

Hábitos - este sapo não é inteiramente aquático. Ele cava o lodo à procura de alimento.

Alimentação: insetos, vermes e larvas

Reprodução: o método de reprodução é ainda mais curioso. O casal abraçado dá saltos mortais na água. Quando a fêmea está submersa ela elimina uns poucos óvulos junto aos pés do macho. Ele os fecunda e os gruda nas costas da fêmea. A cena se repete até que ela tenha várias dúzias de ovos (em torno de 100), encerrando cada um deles num pequeno caroço. A mãe carrega os ovos sobre o lombo onde continuam o seu desenvolvimento até concluir a metamorfose. Dez semanas depois os ovos se abrem e os filhotes começam a projetar-se para fora dos caroços. O casal permanece aí por mais dois ou três meses, alimentando-os de vermes e insetos aquáticos. Depois de várias metarmofoses, transformam-se em adultos em miniatura.

Sapo-de-Chifre-Argentino (Ceratophrys ornata) Sapo-de-Chifre-Argentino (Ceratophrys ornata)

O sapo-de-chifre-argentino, na verdade faz parte da família das rãs, mas por ser grande e apresentar pele de textura rugosa lembra muito mais um sapo do que uma rã. É encontrado na região dos pampas da Argentina, Uruguai e Brasil (Rio Grande do Sul). Não deve ser confundido com o sapo-de-chifre-da-amazônia (Ceratophrys cornuta) que ocorre na Floresta Amazônica (Brasil, Suriname, Peru etc.).

Um comedor voraz, ele tentará engolir qualquer coisa que se mova perto de sua boca, como insetos, roedores, lagartos e outros sapos.

As fêmeas podem medir até 16,5 cm do focinho à cloaca e os machos 11,5 cm. O tempo médio de vida dessa espécie é de 6 a 7 anos, mas podem viver até 10 anos ou mais em cativeiro. A característica mais marcante do sapo-de-chifre-argentino é a boca, que representa cerca de metade do tamanho total do animal. A coloração é tipicamente verde-clara, embora ocorra também indivíduos com coloração verde-escuro e albinos.

Sapos-de-chifre-argentinos caçam permanecendo imóveis, e esperando pelas presas. Eles comem qualquer coisa que possa caber em suas bocas. Na natureza, sua dieta normalmente inclui roedores como ratos, pequenos répteis, bem como grandes aranhas e insetos, como gafanhotos.

Os sapos-de-chifre-argentinos são conhecidos por sua fama de corajosos. Muitas vezes eles tentam se alimentar de animais até do seu próprio tamanho. Se ameaçado por um animal maior, como um ser humano, esses sapos podem morder (sua mordida é dolorosa), uma vez que possuem várias projeções odontóides (não dentes em si) ao longo de suas mandíbulas inferior e superior. Às vezes saltam em direção ao seu agressor, sem se importarem com seu tamanho e força. No entanto, em cativeiro a dieta natural do sapo é bastante fácil de recriar. Quando mantido como animal de estimação, o sapo-de-chifre-argentino geralmente é alimentado principalmente à base de gafanhotos adultos, grilos pretos e marrons e ratos.

A reprodução do sapo-de-chifre-argentino é sexual. As fêmeas depositam cerca de 2.000 ovos na água e dentro de duas semanas eles se tornam girinos.
Sapo-Flecha ou Sapo-de-Estrada (Ameerega flavopicta)
Sapo-flecha  - Ameerega flavopicta,

Sapo-Flecha ou Sapo-de-Estrada (Ameerega flavopicta)

Sapo-flecha  ou sapo-de-estrada - Ameerega flavopicta

Reino: Animalia

Filo: Cordados

Classe: Lissamphibia

Ordem: Anura

Família: Dendrobatidae

Gênero: Ameerega

Espécie/Nome Científico: Ameerega flavopicta  

Nome Popular: Sapo-flecha, sapo-de-estrada.

Alimentação: Principalmente insetos (formigas e cupins), perfazendo 90% de sua dieta. Também se alimentam de aracnídeos e nematódeos.

Reprodução: Ocorre apenas na época de chuvas, os machos apresentam cuidado parental, carregando os ovos e girinos nas costa.

Características: Mede cerca de 3 cm de comprimento, a coloração geral do corpo é preta com manchas amarelas e alaranjadas bem chamativas. Espécie muito tóxica.

Habitat: Vive em campos abertos nas regiões central, norte e nordeste do país. Endêmicos do cerrado

Atividade: Diurna, se abrigam em frestas de rochas próximas a cursos d'água de onde costumam vocalizar.

Classificação IUCN
: Pouco preocupante - A espécie é comum em toda sua distribuição geográfica, no entanto não se adapta em áreas degradadas. A agricultura, pecuária, queimadas, desmatamento e construção de represas constituem as maiores ameaças para estes animais.

Sapo-do-Suriname (Pipa pipa) Sapo-do-Suriname (Pipa pipa)

O sapo-do-suriname, conhecido também como sapo-arú, é uma espécie de sapo da família Pipidae. É encontrado na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname, Trinidade e Tobago, e Venezuela. Os seus habitats naturais são florestas subtropicais ou tropicais húmidas de baixa altitude e pântanos.

A aparência do sapo é mais ou menos como uma folha. É quase totalmente plano, e de uma coloração marrom manchado. Os pés são amplamente palmados com os dedos da frente com pequenos apêndices como estrela. Essa espécie normalmente mede cerca de 10-13 cm de comprimento, podendo atingir 20 cm.

O sapo-do-suriname é uma espécie aquática e noturna. Alimenta-se principalmente de peixes, invertebrados aquáticos, ovos e larvas de anuros.

A reprodução ocorre na estação chuvosa, de novembro a maio. Os machos vocalizam embaixo d'água, emitindo uma série de "cliques". A fêmea expele aproximadamente 80 ovos, que o macho coloca em bolsas dérmicas no dorso da fêmea com os pés. Após cerca de 15 semanas, a pele rompe acima de cada cápsula de ovo fertilizado e os pequenos sapos emergem como pequenas réplicas de adultos.

O sapo-do-suriname está classificado pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), como pouco preocupante. Não está seriamente ameaçado, mas as populações locais provavelmente são afetadas pela perda de habitat e degradação devido à exploração madeireira, expansão da agricultura e assentamentos humanos.

Bombina-Oriental (Bombina orientalis) Bombina-Oriental (Bombina orientalis)

Conhecido também como sapo-barriga-de-fogo, o bombina-oriental é uma espécie de sapo semi-aquático de pequenas dimensões (4 cm) presente na Coréia, nordeste da China e regiões adjacentes da Rússia. Normalmente são mantidos como animais de estimação em terrários.

O bombina-oriental é a espécie mais facilmente reconhecida de bombina. São tipicamente verdes com manchas pretas no dorso, mas podem ser mais escuros, castanhos ou até pretos dependendo do cenário apresentado. Tal como outras espécies de bombina, o bombina-oriental tem a região ventral com uma cor que vai do amarelo brilhante até o vermelho (normalmente laranja-avermelhado) pintalgado com castanho escuro ou preto. A pele no seu dorso é coberta de tubérculos. São conhecidos pela sua colaração preta e verde claro no seu dorso e preto e laranja brilhante na parte ventral.

Na natureza, alimenta-se pequenos artrópodes aquáticos (entre outras coisas) de onde obtêm Caroteno, o que ajuda na coloração das suas barrigas. Estas cores brilhantes servem para avisar predadores da sua toxicidade. A toxina é secretada através da pele, principalmente nas patas traseiras e na barriga, consistindo numa substância leitosa excretada quando se sente perturbado ou assustado. Não só emitem esta toxina, como também se deitam de costas para mostrar a cor da barriga, indicando a sua toxicidade.

Como outras espécies de bombina, o bombina-oriental é principalmente aquático, habitando regiões de floresta húmida e quente. Passam a maior parte do tempo na água, entre vegetação densa.

O acasalamento ocorre na Primavera com o aquecimento do tempo e aumento da precipitação. Os machos chamam as fêmeas com um coachar suave. Saltam para as costas de qualquer outro bombina que passe, levando por vezes a confusão macho-macho, mas raramente resultando em lutas. As fêmeas põem entre 40 a 100 ovos num grande aglomerado, normalmente à volta de plantas submersas, perto da borda da água. Os girinos eclodem dos ovos em 3-10 dias dependendo da temperatura da água. As larvas começam a desenvolver-se em 6-8 semanas, e estão completamente metamorfoseadas e começam a aventurar-se em terra após 12-14 semanas.
Minissapo é Descoberto no Espírito Santo
Nova espécie de sapo 'Melanophryniscus setiba' (Foto: Pedro Peloso)

Minissapo é Descoberto no Espírito Santo

Pesquisadores identificam nova espécie de minissapo no Espírito Santo. O sapo mede 15 milímetros habita restinga no litoral capixaba. 'Melanophryniscus setiba' tem coloração marrom e vive no chão da floresta. 

Um grupo de pesquisadores liderado pelo brasileiro Pedro Peloso, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, descobriu uma nova espécie de minissapo em uma restinga no Parque Estadual Paulo César Vinha, na região litorânea de Guarapari (ES).

Os adultos medem cerca de 15 milímetros de comprimento e são da mesma família dos populares sapos-cururu, apesar de não terem as glândulas de veneno que caracterizam esse grupo.

O animal ganhou o nome de Melanophryniscus setiba, já que a região onde o bicho vive também é conhecido como “Restinga de Setiba”.

Peloso, que atualmente faz doutorado em biologia, explica que a descrição da espécie foi um processo demorado, que começou em 2005, quando ainda era estudante de graduação. “Por se tratar de um bicho bem distinto, foi difícil de alocar ele num gênero. Por isso foi necessário fazer uma análise de DNA”, conta. Também foi feita uma série de análises da anatomia interna do anfíbio.

O sapinho possui coloração amarronzada que dificulta sua observação no ambiente natural. Ele vive no chão da floresta, entre as folhas. Para poder estudá-lo, a saída foi instalar baldes no chão para que exemplares caíssem dentro, técnica comum para esse tipo de pesquisa.

“As restingas são ambientes altamente ameaçados, principalmente pela expansão imobiliária e ocupação desordenada das praias. A descoberta dessa nova espécie serve de alerta para a urgência de mais estudos e preservação das restingas”, diz o pesquisador.

A identificação da nova espécie, publicada no periódico “American Museum Novitates,” foi possível graças à colaboração do Museu Americano de História Natural de Nova York, do Museu Argentino de Ciências Naturais, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Fóssil De Sapo Beelzebufo é Descoberto em Madagascar

Fóssil De Sapo Beelzebufo é Descoberto em Madagascar
Ilustração mostra as diferentes proporções do sapo Beelzebufo com seu parente, Bufo
Paleontólogos descobriram em Madagascar um fóssil de um sapo gigante de arrepiar, a começar, pelo tamanho: 40,6 centímetros de comprimento e 4,5 Kg! O anfíbio-monstrengo viveu há cerca de 70 milhões de anos entre os dinossauros na África, segundo um artigo publicado na revista científica "Proceedings of the National Academy of Science".
O sapo, com uma couraça grossa e com dentes, foi um anfíbio tão extraordinário que, inclusive, pode ter chegado a devorar dinossauros recém-nascidos, segundo os paleontólogos.
Por suas características tão excepcionais e assustadoras, os cientistas, liderados pelo paleontólogo David Krause, da Universidade Stony Brook, o denominaram "sapo diabólico".
Os pesquisadores, que descobriram os ossos do sapo gigante no noroeste de Madagascar, acreditam que este anfíbio pertence à família de sapos que, atualmente, vive na América do Sul.
"Este sapo, se tinha os mesmos costumes que os sapos da mesma família de anfíbios na América do Sul, era bastante voraz. É inclusive possível que tenha devorado mamíferos, rãs menores e, levando em conta seu tamanho, até alguns dinossauros", explicou Krause.
O paleontólogo encontrou pela primeira vez em 1993 ossos de rã extraordinariamente longos em Madagascar, uma área na qual já havia achado anteriormente fósseis de dinossauros e de crocodilos.
Mas só agora a equipe do cientista conseguiu acumular peças suficientes para reconstruir o sapo, e analisar seu peso e suas medidas.
Os fósseis do sapo datam do fim do período Cretáceo, entre 65 e 70 milhões de anos atrás, aproximadamente.
A equipe de Krause, que deu ao sapo o nome científico de "Beelzebufo ampigna", trabalha com especialistas da University College de Londres para determinar que sua descoberta não pode ser relacionada com outros sapos da África.
Com suas características, o "Beelzebufo" pode ter sido o maior sapo a ter habitado a face da Terra, afirmam os paleontólogos.
Os cientistas determinaram que o sapo gigante poderia pertencer à família dos rãs ceratophrys da América do Sul.
A descoberta dos vínculos familiares do sapo gigante com anfíbios similares na América do Sul lança uma dúvida sobre as teorias do deslocamento dos continentes, indica Krause.
As teorias indicam que o que hoje é Madagascar foi separado da América do Sul pelo oceano durante a era em que o sapo gigante teria vivido.
"Mas as rãs não podem sobreviver durante muito tempo em água salgada", disse o paleontólogo.
Por isso, a descoberta dos cientistas prova, segundo Krause, que havia alguma conexão terrestre com a América do Sul naquela época, talvez através da Antártida, então muito mais quente do que é hoje.

Sapo Pulga (Brachycephalus didactylus) Sapo Pulga (Brachycephalus didactylus)

Características: descritos recentemente, são muito delicados. É apontado como o menor do mundo, medindo 10 mm quando adulto. Por necessitarem de condições especiais para se desenvolverem e sobreviverem sua ocorrência e população podem indicar a qualidade ambiental local (indicadores biológicos). Menor que a unha do dedo mínimo, desaparece quando a mata é degradada.
Habitat : Mata Atlântica

Ocorrência : Sudeste do Brasil, mais precisamente no estado do Rio de Janeiro.

Hábitos - mestres da camuflagem e adaptação

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