Zika Vírus | Origem e Relação com a Microcefalia

Zika Vírus | Origem e Relação com a Microcefalia

Zika Vírus | Origem e Relação com a Microcefalia
Países da América com potencial risco de transmissão do Zika Vírus

Zika Vírus - Rápida propagação do vírus Zika nas Américas se torna alarmante

A mais recente epidemia de vírus Zika, que já se propagou em todo o Brasil e está se alastrando pelo norte do país e começa a atingir os países vizinhos e América Central e México, agora está prestes a chegar nos Estados Unidos.

Origem do zika vírus e a microcefalia

O Zika Vírus é uma doença de origem africana que é transmitida por um vírus da família Flaviviridae, do gênero Flavivirus. Em humanos, transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti, causa a doença conhecida como febre Zika.

Em 1947, foi identificado entre os primatas da Floresta de Zika, em Uganda, um vírus transmitido por meio de relação sexual e, principalmente, pela picada de mosquitos Aedes aegypti, muito parecido com o que transmite a dengue ou a febre amarela urbana.

A doença tem o mesmo mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya: o Aedes Aegypt. Embora com alguns sintomas e desenvolvimentos semelhantes, existem algumas diferenças sutis, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Dr. Érico Arruda.

Dengue: tem potencial para se tornar de maior gravidade à saúde dos infectados. A vermelhidão aparece no estágio final e é aguda.

Chikungunya: as dores nas articulações são maiores.

Vírus Zika: maior tendência e prevalência de manchas vermelhas no corpo, dores menos intensas.

Relação com a microcefalia

Microcefalia é a anomalia congênita em que o cérebro não se desenvolve adequadamente. As fontanelas (conhecidas como moleiras) se fecham precocemente impedindo o cérebro de crescer e se desenvolver e, como resultado, o perímetro da cabeça fica menor que o normal.

Ela é diagnosticada quando a circunferência da cabeça é menor do que o esperado para idade gestacional, tempo de vida e sexo. Pode ser de causas familiares, defeitos congênitos, síndromes genéticas, exposição a toxinas e a agentes infecciosos na gestação. No caso das infecções congênitas, o agente pode causar poucos ou nenhum sintoma na gestante, mas afetar de diversas maneiras a formação do bebê.

De acordo com os estudos realizados até agora, o Zika vírus parece estar nessa categoria, por esse motivo, só houve atenção maior à doença após o nascimento dos bebês. A menos que a microcefalia seja familiar, 90% dos bebês comprometidos tem algum atraso no desenvolvimento neurológico.

A microcefalia é um evento raro, a incidência estimada é de 0,1% de casos graves na população geral. Em outubro desse ano, o estado de Pernambuco identificou 28 casos em poucas semanas, o que chamou a atenção da Vigilância Epidemiológica, que solicitou apoio ao Ministério da Saúde para investigação.

Baseado em uma experiência anterior na Polinésia Francesa, em relatos de aumento de incidência do vírus no Nordeste desde o início do ano, de gestantes com filhos acometidos que referiam febre e exantema na gestação e na identificação do vírus no líquido amniótico de duas gestantes com fetos com microcefalia e que apresentavam história de sintomas sugestivos na gravidez, é forte a suspeita de que o aumento de casos estaria relacionado ao vírus Zika.

A microcefalia relacionada a esse vírus é uma doença nova que está sendo descrita pela primeira vez na história e com base no surto que está ocorrendo no Brasil. Não há tratamento específico para a doença ou vacinas. Desse modo, medidas de vigilância epidemiológica, identificação precoce dos casos e controle do vetor de forma coletiva são importantes.

As medidas de controle individuais são importantíssimas, entre elas os cuidados relacionados à proliferação dos mosquitos nos domicílios, que devem ser mantidos limpos evitando locais em que a água possa ficar parada e funcionem como criadouros, e também deve-se adotar medidas individuais como uso de repelentes, mosquiteiros e inseticidas domésticos.

O mosquito costuma picar no início e no fim da tarde, nesse horário o cuidado deve ser maior, com fechamento e telas nas janelas, uso de roupas de manga longa e repelentes que não devem ser colocados por baixo da roupa, apenas na pele exposta. A Anvisa reforçou que não há qualquer impedimento no uso de repelentes por gestantes desde que sejam seguidas as normas dos fabricantes. A população deve procurar a assistência de profissionais de saúde para saber como e qual repelente usar para cada idade e gestação.

Ainda não há recomendação formal do Ministério da Saúde para evitar a gravidez. Trata-se de uma decisão da família em conjunto com a equipe de saúde que a atende. Apesar disso, alguns especialistas sugeriram esperar a melhor elucidação dos casos para a programação de gravidez neste momento.

Sintoms da Degue, Zika e Chikunguya

Importante também evitar o estigma e dar suporte para as famílias acometidas. Dados do Censo de 2010 demonstraram que 1,4% da população brasileira tem algum tipo de deficiência mental ou intelectual. É preciso dar condições para que essas pessoas sejam incluídas na sociedade com boas condições de vida e de saúde, sem estigma e sem preconceitos.

Infelizmente alguns mitos e boatos como “crianças em coma” após o Zika ou que ele foi trazido pelos imigrantes são difundidos pelas redes sociais. É prudente a checagem da informação em fontes confiáveis e reflexão ética se é algo que vale ou não ser passado adiante. A resposta às epidemias deve ser dada com cidadania e responsabilidade, nunca com sensacionalismo e pânico.

A dengue, o chikungunya e o zika vírus não são apenas um problema de saúde, mas verdadeiras doenças socioambientais. Problemas complexos, em regra, exigem soluções integradas e participativas e medidas de prevenção a médio prazo envolvendo os mais diversos setores.

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