Mangostão ou Mangostin (Garcinia mangostona L.)

Mangostão ou Mangostin (Garcinia mangostona L.)

Mangostão ou Mangostin (Garcinia mangostona L.)Fruto do Mangostão
Mudas de MangostãoMudas de Mangostão

Nome Científico: Garcinia mangostona L.,
-->Clusiaceae ou Gutiferae ou Hypericaceae.
Nome popular: mangostão (Mangostin)
Família botânica: Guttiferae
Origem: Ásia.

JustificarMangostão ou Mangostin (Garcinia mangostona L.)

Características da planta: Árvore de até 10 m de altura com copa cônica. Folhas grandes, duras, de coloração verde-escura e brilhante. Flores grandes de coloração vermelho-escura.

Fruto: Esférico, vermelho a castanho-escuro, manchado de amarelo. Polpa mole, suculenta, de sabor delicado e muito característico que envolve sementes oleaginosas.

Cultivo: Prefere climas quentes e chuvosos, solos permeáveis, férteis, profundos, úmidos e bem drenados. Multiplica-se por sementes e enxertia. Frutifica de dezembro a abril.

Nativo da região tropical do sudeste asiático, abrangendo também a maioria das ilhas da Indonésia, o mangostão é considerado pelos habitantes desses lugares como a fruta mais saborosa do mundo: "a rainha das frutas tropicais". Verdadeiro "manjar dos deuses", o mangostão foi comparado, por alguns, ao néctar e à ambrosia, alimentos do Olimpo grego. De fato, o sabor suave, agradável e único da polpa mole, suculenta e aromática que envolve as cinco ou seis sementes do mangostão é de difícil descrição e comparação, devendo ser consumida fresca, in natura, pois qualquer elemento adicional corre o risco de mascarar seu apreciado sabor, tirando-lhe o encanto. Toda essa aura que envolve o mangostão, aliada à sua aparência exótica, associam-no aos prazeres delicados e sofisticados. Também por tudo isso, nos mercados internacionais, é uma das frutas que consegue alcançar os mais altos preços por unidade.

O mangostão chegou ao Brasil, mais precisamente em Belém do Pará, na Amazônia, no início dos anos 40. Ali, foi plantado no antigo IPEAN, atual Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Oriental da EMBRAPA de Belém, onde, desde então, desenvolveram-se vários experimentos e técnicas de plantio, com o objetivo de aclimatar a planta à região, tornando seu cultivo economicamente viável. Nesse período, árvore e fruto adaptaram-se muito bem às condições tropicais e úmidas da região amazônica, dando resultados, às vezes, melhores do que em seus países de origem. O mangostão é cultura de poucos cuidados e investimento relativamente barato, uma vez que pode ser feita em consórcio com outras espécies de retorno mais rápido, tais como a laranja, o limão e a tangerina ou o cacau. Depois de crescidas as árvores, que têm grande longevidade e pouca altura, a única exigência notável do mangostão se dá no momento da colheita: os frutos devem ser apanhados no pé, quando estão ainda meio verdes, antes de caírem de maduros, no momento exato em que sua coloração externa começa a mudar de verde para rosa. Logo depois da colheita, os frutos precisam ser refrigerados, senão rapidamente se estragam, e embalados em caixinhas de papelão apropriadas. Apesar da árvore que dá o mangostão demorar vários anos para começar a frutificar - cerca de 10 anos quando plantada sem enxertia, ou 4 com enxertia - o cultivo da mais "saborosa fruta do mundo" passou a atrair vários migrantes de origem japonesa, especialmente aqueles que vivem nas proximidades de Belém: alguns deles, que já conheciam a fruta em seu país de origem, entusiasmaram- se com as perspectivas de iniciar uma produção lucrativa tendo em vista a exportação. No Brasil, outro pólo produtor de mangostão em franca expansão encontra-se na região cacaueira do sul da Bahia, onde a fruta foi introduzida há poucos anos, tendo rápida e fácil adaptação.

Atualmente, a maior parte do mangostão comercializado internacionalmente é proveniente de áreas de cultivo espalhadas por alguns países de clima tropical, em especial na América Central e ilhas do Caribe. No entanto, no início dos anos 90, o Brasil iniciou a exportação do mangostão para os Estados Unidos, Canadá e Europa, sendo candidato a ampliar, cada vez mais, sua participação nesse mercado.

Descrição Técnica

Descrição botânica e variedades
O mangostanzeiro Garcinia mangostana L., é agrupado botanicamente no Gênero Garcinia e Espécie Garcinia mangostana Mart. Outras frutíferas conhecidas dessa família são o abricó-do-Pará (Mammea americana), bacuri (Platonia insignis Mart.) e bacupari (Rheedia macrophylla). No Brasil, é conhecido como “mangostão” ou “mangustão”, entretanto, os produtores de Una e do Pará utilizam comercialmente o nome “mangostin” (aportuguesamento do inglês “mangosteen”). O mangostanzeiro é uma árvore de oito a dez metros de altura, de formato piramidal, semelhante ao jambeiro, com folhas simples, de coloração verde-escuro e fruto de 4 a 9 cm de diâmetro e 3,6 a 6,5 cm de altura.

A parte comestível é formada por quatro a oito segmentos carnosos brancos translúcidos e com sabor bastante delicado. Possui de zero a três sementes de dois centímetros de comprimento formadas do tecido nucelar. Não existem variedades de mangostão, uma vez que a reprodução se dá por apomixia, formação do fruto sem fecundação, assim, as plantas são invariavelmente femininas e, portanto, a reprodução por semente funciona como uma clonagem.

Ecologia
O mangostanzeiro é cultivado em áreas onde o clima é quente e úmido, com chuvas bem distribuídas durante o ano. A temperatura ideal situa-se entre 25ºC e 30ºC com umidade relativa acima de 80 %. Com relação ao tipo de solo, o mangostão adapta-se bem em solos profundos argilo-arenosos, bem drenados e, preferivelmente, com alto teor de matéria orgânica.

A época de florescimento varia de acordo com as condições climáticas, podendo ser concentrada em um ou mais períodos, durante o ano. O mangostanzeiro apresenta tendência de florescimento em anos alternados e a frutificação varia de planta para planta. O período entre a iniciação floral e a antese (abertura da flor) é de 25 dias e da antese até o fruto maduro decorrem 100 a 120 dias. Na Bahia, onde as chuvas são bem distribuídas, o mangostanzeiro floresce de dezembro a janeiro e a colheita inicia-se entre abril e maio, prolongando-se até junho, entretanto, dependendo da distribuição de chuvas, o mangostanzeiro começa a florir em outubro e novembro e a safra ocorre entre fevereiro e março estendendo-se até abril.

Propagação
O mangostanzeiro é propagado, principalmente, por meio de sementes, produzindo árvores idênticas à planta mãe. As sementes devem ser semeadas imediatamente após a eliminação da polpa, pois perdem a viabilidade rapidamente. Em condições favoráveis de calor e umidade, as sementes germinam entre 11 e 15 dias após a semeadura. Após a germinação as mudas devem ser transplantadas para sacos de polietileno com dimensões de 40 x 20 cm com espessura de 15 micras, onde as plantas devem permanecer até alcançarem 40 cm de altura (o que ocorre por volta de 18 a 24 meses). A propagação assexuada pode ser feita por enxertia, mas na prática não constitui nenhuma vantagem, pois as plantas adultas enxertadas tendem a produzir menos.

Implantação do pomar
Na escolha da área, para investimento em cultivo de mangostão, o produtor deve avaliar, além dos aspectos edafoclimáticos, os aspectos estratégicos de localização da propriedade em relação ao mercado consumidor e a proximidade de outros pro- dutores, visando à formação de volume para comercialização em grandes centros. Considerando que o man- gostanzeiro inicia a frutificação somente a partir de seis a oito anos, após o plantio, o produtor deve planejar o preparo da área para a exploração de outros cultivos de produção mais precoce, para consórcio durante o período improdutivo dessa frutífera, obje- tivando reduzir os custos de implantação e propiciar maior proteção do solo. Uma das opções utilizadas com ótimo resultado, durante os quatro primeiros anos de crescimento do mangostanzeiro, é o consórcio bananeira. Tendo em vista o porte da planta quando adulta, o espaçamento mínimo, para locais onde o mangostanzeiro apresenta bom desenvolvimento, deve ser 9x9 m ou 10x10 m, em triângulo, resultando em uma densidade de 141 ou 115 plantas por hectare. A abertura de covas de 60x60x 60 cm deve ser feita com 30 dias de antecedência e a adubação básica vai depender da análise do solo, recomendando-se a aplicação de 15 a 20 litros de esterco curtido de gado, junto com o adubo. Após o plantio, recomenda-se a colocação de cobertura morta de material disponível no local (palha de arroz, capim seco), ao redor da planta. Pseudocaules de bananeira partidos ao meio e colocados com o lado partido para baixo, junto a muda, constituem uma boa opção para manter a umidade do solo. O mangostanzeiro, após o plantio, desenvolve-se melhor sob sombreamento inicial, pois a luz solar direta afeta o seu crescimento, tornando as folhas endurecidas e de cor verde-amarelada. O sombreamento inicial pode ser feito com sombrite, folhas de palmeira, ou capim seco ou com outras espécies vegetais, sendo a bananeira a que proporciona melhor sombra e umidade para o desenvolvimento do mangostanzeiro. O sombreamento é raleado gradativamente à medida que o mangostanzeiro se desenvolve e, por volta do quarto ano, quando a planta estiver com dois a três metros, já deve estar totalmente eliminado. Ressalta-se, contudo, que a retirada repentina do sombreamento pode causar a queima das folhas.

Tratos culturais
calagem e adubação. Um programa balanceado de adubação, sem falta eNão há trabalhos de pesquisa sobre calagem e adubação do mangostanzeiro, desse modo, em cada região produtora, são utilizadas diferentes misturas e quantidades de adubo, as quais carecem de validação da pesquisa. Como em qualquer cultivo racional, há necessidade, inicialmente, da avaliação da fertilidade do solo, para balizamento da aplicação correta da sem excesso, é essencial para garantir alta produção com elevada qualidade dos frutos. Com relação aos aspectos fitossanitários, o mangostanzeiro apresenta problemas com a abelha arapuá, ácaros e tripes, porém essas pragas não justificam a aplicação de qualquer defensivo. O principal problema ocorrente na Bahia é a murcha do mangostanzeiro, cujo agente causal não foi ainda identificado.

Floração e frutificação
Em condições de clima e solo favoráveis e manejo adequado, o mangostanzeiro pode iniciar a frutificação a partir de quatro anos (planta enxertada) ou seis anos (pé- franco), em ambos os casos, após o plantio. A produção do mangos- tanzeiro varia, nos diversos países produtores, em função das condições edafoclimáticas, manejo e idade da planta e oscila entre 200 e 2.000 frutos por planta. No Brasil, são observados casos de produção de até 1.500 frutos por árvore, entretanto, mais importante é a produção de frutos graúdos, com peso médio acima de 100 g. Desse modo, em mangostanzeiros acima de 15 anos, em espaçamento de 10 x 10 metros, pode-se considerar como uma boa produção, 600 frutos, o que resultaria em uma produtividade de 6 t/ha.

Produção e colheita
O ponto de colheita baseia-se na intensidade de coloração do pericarpo e o estágio apropriado, para comercialização em mercados distantes, é quando os frutos apresentam pequenas manchas de cor rósea ou coloração rosa-claro. A colheita deve ser feita com o máximo cuidado, pois queda de alturas superiores a 20 cm, em solo duro, danifica o fruto, inviabilizando-o para comércio em mercados mais exigentes. Os frutos destinados à co- mercialização nos grandes centros são previamente selecionados, quanto aos aspectos de maturidade, problemas de endurecimento, manchados e danificados. Após a limpeza, os frutos são classificados por tamanho, com base no diâmetro transversal, em classes que variam de 9 a 20. Essa classificação se dá em função da quantidade de frutos de diâmetros semelhantes, que cabem, dispostos numa única camada, em caixas de papelão de dimensões internas de 21 x 21,5 cm de comprimento e 6,5 cm de altura, com quatro aberturas de 2,8 cm de diâmetro. Os frutos com classificação nove até 12 (acima de
100 g) obtêm os melhores preços no mercado.

Comercialização
A maior parte dos frutos produzidos durante a safra no Brasil (Bahia principalmente) é geralmente enviada para comercialização nos grandes centros (São Paulo, o principal centro consumidor- CEAGESP, Rio de Janeiro e outras capitais do Sudeste brasileiro). Nas feiras e supermercados regionais são comercializados os frutos excedentes ou muitos maduros para transporte a longas distâncias, além de frutos pequenos ou manchados.

No Brasil, o mangostão é cultivado, principalmente, nos Estados do Pará e da Bahia, na maioria dos casos, em pomares de um a três hectares e em pequena escala no Espírito Santo e São Paulo.
Na Bahia, a maior concentração de mangostanzeiros localiza-se no município de Una, onde se estima uma área de 50 hectares (aproxi- madamente 5.000 plantas). Os plantios começaram por volta de 1956 e estima-se que a metade se encontra em produção. Outros municípios baianos (Taperoá, Ituberá, Uruçuca, Nilo Peçanha e Tancredo Neves) totalizam cerca de 20 ha (2.000 plantas). A produção brasileira de mangostão tem variado bastante em função de novas áreas implantadas e da alternância de produção apresentada por essa espécie. Nos anos de 1999, 2000 e 2001, em Una, foram comercializadas, respectivamente, 6.000, 10.000 e 60.000 caixas de 1,4kg de frutos.

REFERÊNCIAS
DONADIO, L. C., NACHTIGAL, J. C., SACRAMENTO, C. K. Frutas exóticas. Jaboticabal: FUNEP, 1998. 279p.

SACRAMENTO, C. K. Mangostanzeiro (Garcinia mangostana L.). Jaboticabal: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2001. 66p. (Série Frutas Potenciais).

www.klimanaturali.org
www.megatimes.com.br
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