PARQUE NACIONAL DA SERRA GERAL - RS/SC




O Parque Nacional da Serra Geral está situado na divisa dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o Parque Nacional da Serra Geral foi criado pelo Decreto n° 531 de 20.05.1992 e é limítrofe ao Parque Nacional de Aparados da Serra, constituindo um ecossistema de rara beleza e importante área de biodiversidade destinada a fins científicos, culturais e recreativos.

Possui uma área de 17.300 ha.

Está localizado nos municípios de Jacinto Machado e Praia Grande no estado de Santa Catarina, e Cambará do Sul e São Francisco de Paula, no estado do Rio Grande do Sul.

O acesso é feito através da RS-020 que liga São Francisco de Paula a Cambará do Sul, ou pela SC-360 que liga Praia Grande/SC a Cambará do Sul. A cidade mais próxima à unidade é Cambará do Sul que fica a uma distância de 190 km da capital Porto Alegre.

O relevo sul catarinense é acentuado com montanhas e vales profundos, que recortam a borda do planalto. O lado rio-grandense é caracterizado por coxilhas suaves e vales rasos. Sem transição, as ondulações suaves dão lugar à paredões verticais e rochas basálticas.


Com uma altitude média de 950 metros, nos dias claros pode-se divisar o Oceano Atlântico desde as bordas dos desfiladeiros, bem como diversas cidades próximas da costa, como Praia Grande (SC) ou Torres (RS). Formado a partir de intensas atividades vulcânicas havidas há milhões de anos, sucessivos derrames de lava vieram originar o Planalto Sulbrasileiro, coberto por campos limpos, matas de araucárias e inúmeras nascentes de rios cristalinos.

Ao leste, este imenso platô é subitamente interrompido por abismos verticais que levam à região litorânea, daí originando-se o nome de Aparados da Serra. Em alguns pontos, decorrentes de desmoronamentos, falhas naturais da rocha e processos de erosão, encontram-se grandiosos desfiladeiros, dentre os quais os mais conhecidos: o Churriado, o Malacara e o Fortaleza.

Clima

O clima é mesotérmico brando superúmido sem seca. As temperaturas médias anuais estão entre 18 a 20° C, com máxima absoluta de 34 a 36° C e mínima absoluta de - 8º a - 4°C. A pluviosidade está entre 1.500 e 2.000 mm anuais.

Flora

Coexistem na área a Floresta de Araucária, Campos e a Floresta Pluvial Atlântica, assim como as zonas de transição entre elas. Na Floresta de Araucária destaca-se: o pinheiro-do-paraná, a aroeira, o carvalho, a caúna e o pinheirinho-bravo. Nos Campos predominam as gramíneas. Na Floresta Pluvial Atlântica encontram-se várias espécies como: a maria-mole e a cangerana.

Gunnera manicata

O interior dos cânions, que sem qualquer transição adentram o planalto rasgando os campos de altitude, é revestido de mata pluvial tropical de folhas perenes, a qual originalmente ocupava toda a encosta da Serra Geral.

Suas escarpadas e verticais encostas de basalto apresentam uma coloração de tons amarelados resultantes dos liquens e da vegetação de ervas e pequenos arbustos que alternam-se com a rocha nua. Já na borda dos cânions, encontra-se a mata nebular de altitude, crescendo sobre solo úmido e turfoso, recebendo esse nome por se encontrar em local onde é freqüente a formação de nevoeiros denominados de "viração", que se elevam da região da planície costeira, criando condições de alta umidade.

Também encontra-se neste ambiente úmido e rochoso a Gunnera manicata, espécie vegetal com folhas enormes, de até 1,5 metro de diâmetro e que, além dos Aparados da Serra, é encontrada nas florestas andinas, especialmente ao sul do Chile. Também característica da região é a flor-símbolo do Rio Grande do Sul: a "brinco-de-princesa".

Lobo-guará
Quero-quero

Fauna

A fauna silvestre local é rica e constituída por espécies raras e que poucos sabem existirem no Brasil, como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), a suçuarana ou leão-baio (Felis concolor), o graxaim-do-mato e o veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus), além de raposas, gambás, tatus e bugios.

Dentre as aves encontramos a gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), o papagaio-charão, periquitos, perdizes, codornas e marrecas, além do típico quero-quero (Vanellus chilensis), ave-símbolo do pampa gaúcho. O gavião-pato (Spizaetus tirannus) e a águia-cinzenta (Harpyhaliaetus coronatus) podem ser eventualmente avistados em áreas de difícil acesso e se encontram ameaçados de extinção. Encontram-se também ofídios peçonhentos.



O Parque Nacional da Serra Geral possui uma área de cerca de 17.300 ha e abriga, entre outros, o espetacular Cânion Fortaleza

Outros cânions destacados desta região são o Malacara e Churriado, além de menores como Faxinalzinho, Josafaz, Índios Coroados, Molha Coco, Leão, Pés de Galinha, das Bonecas e Macuco, que se encaixam nesta paisagem constituída por 63 gigantescas escarpas.

Parque Nacional Aparados da Serra e Parque Nacional Serra Geral - Fonte: IBAMA

O Parque Nacional da Serra Geral nada mais é que um anexo do Aparados da Serra. Segundo consta, a criação do novo parque seria um processo mais simples do que ampliar a área do parque existente. O acesso é feito pelo município de Cambará do Sul e, percorrendo 18 km em estrada de terra com muitas pedras soltas, se chega na portaria.

Na entrada, os simpáticos guardas-parque dão as boas vindas e as orientações necessárias ao visitante. Seus maiores atrativos são o Cânion Fortaleza e a Pedra do Segredo.

Depois de uma caminhada de 30 minutos, passando por rios e pela Cachoeira do Tigre Preto, nas laterais das gargantas do cânion, você desce um pequeno barranco e dá de cara com a Pedra do Segredo. A formação de quase 5 metros de altura e algumas toneladas está apoiada numa pequena e estreita placa de rocha; descubra o segredo deste equilíbrio!

Para o Cânion Fortaleza, a caminhada é montanha acima, mas o esforço é recompensado pela vista espetacular da imensa garganta. Graxains (cachorros-do-mato) circulam pela região após o pôr-do-sol, veados e gralhas também estão nas redondezas. Agentes do IBAMA já observaram a presença do tigre preto (puma) nestas bandas, o bicho geralmente só aparece na madrugada, quando sai a caça.

Fonte: Ibama
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