COTOVIA-DA-ILHA-STEPHEN (ACANTHISITTIDAE)

Cotovia-da-Ilha-Stephen, Ave da Família Acanthisittidae

COTOVIA-DA-ILHA-STEPHEN, AVE DA FAMÍLIA ACANTHISITTIDAE
Cotovia-da-Ilha-Stephen (Xenicus lyalli)Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Acanthisittidae
Gênero: Xenicus
Espécie: X. lyalli
Nome binomial: Xenicus lyalli
Rothschild, 1894

A cotovia-da-ilha-stephen (Xenicus lyalli) era uma ave passeriforme não voadora da família Acanthisittidae, que vivia exclusivamente na Ilha Stephen no Estreito de Cook, que separa as duas ilhas da Nova Zelândia. A espécie extinguiu-se em 1894. A ilha Stephen, com apenas 2,5 km² de área, foi a distribuição geográfica mais reduzida registada para uma espécie de ave.

A cotovia-da-ilha-stephen era uma ave de pequeno porte, com cerca de 10 cm de comprimento. A sua plumagem era de cor verde-azeitona, salpicada de pontos amarelados no corpo e riscas da mesma cor nas asas. O vago dimorfismo sexual da espécie manifestava-se pelo facto de as fêmeas serem de cor mais baças. O bico curto e as patas altas eram castanho-claro. As asas tinham cerca de 4,5 cm de comprimento e demasiado reduzidas para permitir o voo. A cotovia-da-ilha-stephen era o único membro da ordem Passeriformes que não conseguia voar.

Pouco se sabe a respeito dos seus hábitos para além de que era um animal crepuscular, mas a sua trágica extinção está bem documentada.

Originalmente, a cotovia-da-ilha-stephen estava distribuída por toda a Nova Zelândia, incluindo Ilha do Sul e do Norte. A chegada dos Maori há cerca de 1000 anos atrás provocou perturbações no ecossistema das ilhas e teve um impacto negativo na biodiversidade das ilhas com a extinção de várias espécies, por exemplo a moa. Para a cotovia-de-stephen, não voadora, o fator decisivo foi a introdução do rato-do-pacífico (ou kiore), uma espécie invasora que dizimou as populações desta pequena ave. Pouco tempo depois, a cotovia extinguia-se em 99% do seu habitat original, conservando-se apenas na diminuta Ilha Stephen, desconhecida do mundo científico. Em 1893, foi instalado um farol na ilha, que passou a ter pela primeira vez ocupação humana. Com o faroleiro David Lyall, chegou um gato doméstico chamado Tibbles, apenas um mas o suficiente para provocar uma hecatombe. Ao longo dos meses seguintes, o gato caçou e matou todas as cotovias, que como não voavam, não lhe conseguiam fugir. O gato trouxe várias das suas presas ao dono, que achou graça aos passarinhos e vendeu cerca de nove corpos ao Barão Walter Rothschild, um ornitólogo que os identificou como espécie única. Era tarde demais, pois a voracidade do gato já tinha feito o seu trabalho.

A extinção das cotovias-da-ilha-stephen passou à margem da opinião pública na altura e a única polêmica que está associada à espécie é uma acesa discussão entre Lord Rothschild e Sir Walter Buller (outro ornitólogo) sobre os direitos de prioridade na sua descrição. Houve num entanto um jornalista neo-zelandês que comentou na sua coluna que, de futuro, os faroleiros deviam ser proibidos de ter gatos.

O desaparecimento da Cotovia-da-ilha-stephen é o único exemplo de uma extinção resultante das ações de um único indivíduo. Curiosamente, um felino e não um humano (claro que é de considerar o fato de que o gato só estava naquela ilha por ser animal de estimação de um humano).

Bibliografia
  • Errol Fuller. Extinct Birds. Oxford University Press. 2000
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Cotovia-da-ilha-stephen
  • www.megatimes.com.br
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