PLANTAS (BRIOFITAS, PTERIDÓFITAS E GIMNOSPERMAS)

BRIOFITAS
Primeiros vegetais que se adaptaram à vida terrestre, apresentando tecidos verdadeiros, porém não possuem tecidos de condução (são avasculares) ou flores. Seus orgãos reprodutores são os anterídios e os arquegônios, que são protegidos pela epiderme. Uma característica importante é que apresentam uma alternância obrigatória de gerações em que a fase haplóide ou gametofítica (protonema) é perene e tem vida relativamente longa, enquanto que a fase diplóide, o esporófito é pequeno e tem vida curta, vivendo como um parasita sobre o gametófito. São os musgos e as hepáticas.

CICLO NAS BRIÓFITAS
A parte sombreada representa a fase de vida haplóide, também chamada de geração gametofítica ou gametófito, começa com a meiose, onde são produzidos esporos haplóides. Estes esporos germinam e dão origem a uma estrutura denominada protonema (n), que forma estruturas parecidas com folhas: os filóides (n). Nas extremidades destes filóides são formados os órgãos reprodutores masculinos (anterídios) e femininos (arquegônios). O anterídio forma um gameta flagelado que depende de uma gota de água para nadar até o gameta feminino, que se encontra no arquegônio. Após a união dos gametas(fecundação), forma-se uma estrutura diplóide - o esporófito, ou geração esporofítica- com vida curta, que produz em sua extremidade uma cápsula(2n) onde ocorre meiose, produzindo esporos, (haplóides) e o ciclo recomeça.

PTERIDÓFITAS
As pteridófitas (samambaias e plantas afins) constituem um grupo de plantas relativamente importantes, estimando-se o total de espécies no mundo como sendo 9.000 (há quem estime 10.000 a 12.000 espécies), das quais cerca de 3.250 ocorrem nas Américas. Destas, cerca de 30% podem ser encontradas no território brasileiro, que abriga inclusive um dos centros de endemismo e especiação de pteridófitas do Continente.

São vegetais terrestres, com tecidos verdadeiros, inclusive os de condução. Foram os primeiros vegetais a formarem grandes florestas que dominaram a terra. Seus fósseis deram origem à hulha ou carvão mineral. Também não têm flores e seus orgãos reprodutores também são os anterídos e arquegônios. Possuem alternância de gerações obrigatória onde, ao contrário das Briófitas, a fase perene e mais desenvolvida é o esporófito, formado por raízes, caules e folhas; a fase gametofítica (protalo) é pequena e tem vida curta. Isso é o que veremos mais tarde.

No caso das samambaias, uma das características é o desenvolvimento das frondes (folhas) a partir de uma estrutura em que os órgãos em desenvolvimento se encontram espiralados, formando o que se chama de báculas. Na figura acima, vemos frondes em desenvolvimento apresentando báculas nos ápices.

Visto que as pteridófitas no seu ciclo de vida necessitam de água livre que permita a natação do anterozóide até o arquegônio, de uma maneira geral, devemos procurá-las em ambientes ou substratos que possam reter água ao menos parte do tempo. Isto pode parecer uma séria restrição, mas na prática podemos encontrar representantes deste grupo nos mais diversos hábitats, inclusive nas caatingas nordestinas, se bem que neste caso apenas algumas espécies é que estão adaptadas a ocorrer em tal ambiente.

CICLO NAS PTERIDÓFITAS
Aqui, a fase de vida haplóide (gametófito), também mostrada em sombreado, é que é pequena e tem vida curta, enquanto que a fase diplóide(esporófito) é permanente e tem vida longa. O ciclo começa pela formação de esporos haplóides que caem no chão e germinam. Ao germinar o esporo dá origem a uma pequena lâmina em forma de coração - o protalo - onde são produzidos os órgãos reprodutores os anterídios e os arquegônios. Aqui também o gameta masculino, produzido no anterídio, precisa de uma gota de água para atingir o gameta feminino localizado dentro do arquegônio.

Esta é a geração gametofítica, pois forma gametas. Ao se fundirem os gametas, começa a fase de vida diplóide - espotófito - formado por raízes, caules e folhas. Na face inferior de algumas folhas formam-se conjuntos de esporângios, os soros, onde as 'células mãe de esporo", diplóides, sofrem meiose, produzindo esporos haplóides, que ao germinarem vão produzir um novo protalo, recomeçando o ciclo.

Algumas Ptderidófitas são heterosporadas e produzerm dois tipos de esporos que dão origem a dois tipos de protalo: o megaprotalo (feminino) que produz arquegônios e o microprotalo (masculino) que produz anterídios. Aqui também o gameta masculino (anterozóide) precisa de uma gota de água para nadar até o gameta feminino.

Detalhe da superfície laminar de pínulas mostrando os soros em que os esporos são produzidos.

GIMNOSPERMAS
Primeiros vegetais a apresentarem flores, que são incompletas e não formam ovário. Por isso mesmo produzem sementes nuas, sem frutos. Sua inflorescência é chamada de estróbilo. Há anterozóides ou núcleos masculinos e neste caso não dependem mais de qualquer líquido para a fecundação (sifogamia). Compreendem as árvores monopodiais, com crescimento terminal, arbustos e também lianas com flores desprovidas de envoltório protetor ou perianto. Apenas numa de suas ordens, a das Gnetales, podem aparecer 2 a 4 folhas brasais ou brácteas. O transporte do pólen é pelo vento.

Há poliembrionia, e as sementes possuem endosperma primário, haplóide. As mais conhecidas são as coníferas (pinheiros, cedros, ciprestes).

CICLO DAS GIMNOSPERMAS
Acima vemos o ciclo da gimnosperma Pinus.A reprodução das gimnospermas é bastante diferente das briófitas e pteridófitas. As gimnospermas tem estróbilos (flores) e ainda formam arquegônios. Há anterozóides ou núcleos masculinos e neste caso não dependem mais de qualquer líquido para a fecundação (sifonogamia). Há poliembrionia e as sementes possuem endosperma primário, haplóide.

 ANGIOSPERMAS
Angiospermas são vegetais cujos óvulos estão encerrados no interior do ovário e que, consequentemente tem suas sementes encerradas no interior dos frutos (angios=vasos e sperma=semente). São plantas extremamente importantes, principais produtores dos ecossistemas terrestres, servindo para alimentação (cenoura, alface, mamão, feijão), aplicações industriais (jacarandá, algodão), ornamentação (orquídea) e fabricação de produtos farmacêuticos (camomila). Se dividem em dois grupos: Monocotiledôneas e Dicotiledôneas, cujas características são:

 
Monocotiledôneas
Dicotiledôneas
Um cotilédone na semente
Dois cotilédones na semente
Raízes fasciculadas com células com reforço em "u" na endoderme. Geralmente não engrossam.
Raízes axiais com "estrias de Caspari" nas células da endoderme. Geralamente engrossam
Caules com estrutura astélica (atactostélica), com feixes condutores em que o xilema e o floema não estão separados pelo câmbio(colaterais fechados), e por isso, salvo raras excessões, não engrossam.
Caules com estrutura eustélica, com feixes de condutores em que o xilema e o floema estão separados pelo câmbio. Normalmente engrossam.
Folhas com nervuras pararelas, estômatos nas duas epidermes (anfiestomáticas), mesófilo indiferenciado ou simétrico.
Folhas com nervuras ramificadas (reticuladas ou peninervas), estômatos apenas na epiderme inferior (hipoestomáticas).
Flores geralmente homeoclamídeas (com perigônio formado por sépalas) e trímeras.
Flores heteroclamídeas (com perianto formado por sépalas e pétalas diferentes). Dímeras, tetrâmeras ou pentâmeras.

CICLO NAS ANGIOSPERMAS
O processo reprodutivo das angiospermas é algo mais elaborado do que o das coníferas. A planta adulta representa a geração esporofítica. A flor contém pistilo e estames, que produzem os esporos masculinos e femininos.

O esporo masculino é produzido na antera, que fica na extremidade superior do estame. Este esporo desenvolve-se formando o grão de pólen. O pistilo compõem-se de três partes: o estigma (extremidade superior), estilo ou estilete e o ovário. No interior do ovário localizam-se os óvulos que abrigam o esporo feminino. Ã medida que a flor se desenvolve, o esporo feminino se transforma em gametófito, sendo uma das células a célula-ovo (oosfera).

O pólen é levado pelo vento, inseto ou outros, até o estigma, onde fica retido por uma secreção. Começa a formar-se um tubo que penetra no estilo e se alonga até encontrar o ovário. Um núcleo do tubo abre o caminho seguido por dois núcleos gaméticos. Ao atingir o óvulo, o conteúdo do tubo é descarregado. Um dos núcleos gaméticos une-se ao óvulo, produzindo o zigoto, enquanto o outro se une aos dois núcleos polares, iniciando a formação do tecido chamado endosperma. Após a fertilização, o gametófito feminino contribui para formar a semente.

A parede do ovário começa então a crescer, pois as células aumentam de número e vão ficando repletas de substâncias açucaradas. Juntas, a semente e a parede madura do ovário constituem o fruto. Ele oferece proteção à semente até a maturidade e são apetitosos aos animais que ajudam na dispersão das sementes.

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