PARQUE NACIONAL DO MONTE PASCOAL - BAHIA

Parque Nacional do Monte Pascoal - Bahia

Superfície: 22.383 hectares

Há notícias sobre a existência do grupo indígena Pataxó no extremo sul da Bahia desde o século XVI. Esses indígenas, que naquela época já eram bastante influenciados pela cultura civilizada, possuíam pequena tradição agrícola, o que aliado ao assédio dos madeireiros da região, levou- os a desmatar e comercializar a cobertura vegetal nativa existente.

Este fato aliado à expansão agrícola da região culminou com a propostas de criação da unidade. A primeira proposta de protegê-lo partiu da comissão nomeada pelo Governo Federal na década de 30, encarregada de determinar o exato ponto do descobrimento do Brasil, presidida por Bernardino José de Souza. A concretização dessa proposta partiu do General Pinto Aleixo, que criou o parque Monte Pascoal em terras devolutas do estado.

O Monte Pascoal foi o primeiro ponto de terra avistado pelos portugueses em 1.500, quando descobriram o Brasil. O monte avistado foi batizado por Pedro Alvares Cabral com o nome de Monte Pascal. O nome da unidade é devido a este monte.





Acesso

O acesso é feito a partir de Salvador ou Vitória. Segue-se até o km 795 da BR-101 e, a partir daí, percorrem-se mais 14 km de asfalto até a entrada do parque.

Clima

O clima da região do Parque pode ser considerado de úmido a super úmido, tropical e subtropical, apresentando uma temperatura média entre 21 e 24,2° C. Conta ainda com precipitações com médias anuais em torno de 1500 a 1750 mm. A umidade relativa do ar fica em média em torno de 80% durante todo ano.

Relevo

O relevo é caracterizado pelos depósitos de praias, às vezes com bancos de recifes, extensas planícies costeiras, tabuleiros da formação barreiras, colinas e pequenas serras de rochas cristalinas.

Flora

Abriga um dos últimos remanescentes da Mata Atlântica, tendo como vegetação predominante a Floresta Tropical Pluvial. Segundo aspecto fisionômico e estrutural esta tipologia assemelha-se à Hileia Amazônica, apresentando um vegetação densa e exuberante. Algumas espécies de ocorrência são visgueiro, farinha-seca e anda-açu (grande porte).

Fauna

O Parque tem grande diversidade faunística. Entre os mamíferos destacam-se: veado-campeiro e a ariranha, ambos ameaçados de extinção. Ainda conta com alguns raros, como: ouriço preto, preguiça de coleira e o guariba. Já os carnívoros pode-se citar a suçuarana e a tradicional onça. As aves ameaçadas de extinção: urubu-rei, macuco e mutum.

Objetivos Específicos da Unidade

Conservar uma amostra representativa dos ecossistemas de transição entre o litoral e a floresta pluvial dos tabuleiros terciários, conservar os recursos genéticos, possibilitar; fomentar atividades de educação e investigação e proteger o Monte Pascoal, marco histórico do Brasil.

Antecedentes Legais

Há notícias sobre a existência do grupo indígena Pataxó no extremo sul da Bahia desde o século XVI. Esses indígenas, que naquela época já eram bastante influenciados pela cultura civilizada, possuíam pequena tradição agrícola, o que aliado ao assédio dos madeireiros da região, levou- os a desmatar e comercializar a cobertura vegetal nativa existente. Este fato aliado à expansão agrícola da região culminou com a propostas de criação da unidade. A primeira proposta de protegê-lo partiu da comissão nomeada pelo Governo Federal na década de 30, encarregada de determinar o exato ponto do descobrimento do Brasil, presidida por Bernardino José de Souza. A concretização dessa proposta partiu do General Pinto Aleixo, que criou o parque Monte Pascoal em terras devolutas do estado

Aspectos Culturais e Históricos

O Monte Pascoal foi o primeiro ponto de terra avistado pelos portugueses em 1.500, quando descobriram o Brasil. O monte avistado foi batizado por Pedro Alvares Cabral com o nome de Monte Pascal. O nome da unidade é devido a este monte.

A problemática da unidade reside nas atividades degradantes como: incêndios florestais, ação predatória sobre fauna e flora e descaracterização do ecossistema. Outro sério problema enfrentado pela unidade é o relacionamento conflitante com os índios Pataxós. No momento o Parque encontra-se ocupado pelos índios, que o invadiram no início do ano (2000).

Voltar ao passado e experimentar a sensação que os antigos navegadores portugueses tiveram quando aportaram por estas bandas é o que quase todo visitante sente quando se aproxima desse parque. A cada quilômetro percorrido, o Monte Pascoal vai se tornando mais imponente e começamos a imaginar como foi avistar ao longe a primeira porção de terra de um continente ainda estranho.

Já na portaria é possível observar que este parque passa por um momento de transição pelo qual os índios, de etnia Pataxó, praticamente ocuparam todos os limites da unidade, reivindicando a propriedade destas terras outrora ocupadas por seus antepassados. Há um processo tramitando em Brasília que, segundo a diretora da unidade, possivelmente dará a posse desta área aos índios, perdendo assim o título de Parque Nacional, por sinal um dos mais antigos do Brasil, criado em 1961.

Artesanato indígena - Foto: Eduardo IssaSão cerca de 13 aldeias no interior do parque, algumas com luz elétrica, outras com geradores e também algumas às escuras. A maior delas, a Aldeia de Barra Velha, conta com uma boa estrutura, com escola, computadores, área de lazer e outras facilidades. Atualmente, o Ibama estabeleceu uma parceria com os índios, que tem trazido benefícios à unidade como o combate à incêndios, executado por uma equipe PrevFogo formada somente por índios. Acompanhei um destes combates, registrei as imagens e, após algumas horas no meio de um imenso fogaréu, fiquei cinza, com toda a roupa e equipamentos cheios de fuligem e constatei na pele este árduo trabalho que é realizado em quase todos os parques do Brasil.

Por um outro lado, a exploração exagerada e sem controle de madeira-de-lei retirada pelos índios para a confecção de artesanato deve ser revista para que não causem um dano irreversível nesta região. O artesanato é a única fonte de renda e garante a sobrevivência de muitos índios que vivem nas aldeias, portanto, são necessárias providências para garantir a sustentabilidade e a preservação destes ecossistemas encontrados na época do descobrimento.

Os atrativos do parque se concentram, basicamente, nos arredores da portaria, onde o visitante tem acesso permitido. É obrigatório fazer a subida ao Monte Pascoal, é claro que um condicionamento físico mínimo é necessário, pois o trecho final é íngreme e exige bastante. Já no topo, são muitos os pontos de observação, com vistas para o mar, para os montes vizinhos, mata densa, visões estupendas que irão valer cada metro subido. Com um pouco de sorte você poderá ver o formoso ballet aéreo dos urubus-rei, que circundam o monte em busca de térmicas, proporcionando um belo espetáculo nas alturas.

De volta à base do monte, caminhando por trilhas no meio da mata fechada, acompanhado de um índio guia, você pode até avistar algum animal típico desta região, mas será muito raro pois, com a ação dos caçadores e mesmo dos índios que sobreviviam destas matas, os bichos são ariscos e muito escassos. Há registros de diversas espécies da fauna local mas, particularmente, mesmo andando em horários diferentes, não observei nenhuma delas. O que será fácil de ver são as enormes árvores de grande porte como o jequitibá, o jacarandá da Bahia, o pequi, o paraju e a joerana, as árvores menores estão por toda a parte.

O centro de visitantes, apesar de estar um pouco abandonado, vale uma passada, ele se localiza bem aos pés do monte e alguns índios mostram seu trabalho por ali. Conhecendo a unidade um pouco mais a fundo, pude constatar uma triste realidade, alguns índios vivem em situação de miséria e outros com problemas de alcoolismo. Esperamos que a FUNAI e a FUNASA sejam mais atuantes nesta região e procurem auxiliar estas pessoas para uma melhor qualidade de vida, propiciando segurança alimentar e alternativas de renda para estas comunidades.

O acesso à unidade é feito pela BR-101, após percorrer 76 km vindo da cidade de Eunápolis, ou 16 km partindo de Itamaraju. No pequeno trevo, pegue à direita e percorra mais 14 km de asfalto até a portaria. Mesmo que o Monte Pascoal deixe de ser um Parque Nacional administrado pelo IBAMA, esperamos que os índios que vivem na região sejam conscientes para a fragilidade destes ecossistemas inseridos nos últimos trechos de Mata Atlântica do sul da Bahia, e promovam a recuperação e a preservação desta área, não só por sua importância histórica, mas também para garantir o futuro e o sustento das gerações futuras.

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