Açaí, Palmeira da Família Arecaceae

Açaí, Palmeira da Família Arecaceae

Açaí, Palmeira da Família ArecaceaeAçai (Euterpe oleracea)

Ocorrência: da região amazônica até a Bahia.

Outros nomes: palmito-açaí, açaizeiro, palmiteiro, piná, uaçaí, açaí-do-pará, juçara.

Características: altura de 20 a 25 m , tronco múltiplo (entouceirada), ligeiramente curvo, de 15 a 25 cm de diâmetro. A touceira chega a ter até 25 plantas. Folhas grandes, finamente recortadas em tiras, de coloração verde-escura, em número de 10 a 12 contemporâneas, de 2 m de comprimento. Flores pequenas, agrupadas em grandes cachos pendentes, de coloração amarelada. Cacho em número de 3 a 8 por planta, de coloração violáceo, quase negra quando maduro. A fruta é pequena, arredondada e muito roxa, quase preta, lembrando uma jaboticaba pequena. Tem uma caroço proporcionalmente grande e pouca polpa.

Habitat: locais úmidos da floresta pluvial.

Propagação: sementes ou pela retirada de brotos da base.

Açaí, Palmeira da Família ArecaceaeUtilidade: a madeira é utilizada apenas localmente para construções rústicas, caibros, barrotes, ripas, etc. Os frutos são muito apreciados pelas populações amazônicas para o fabrico de "vinho de açaí" que é um complemente básico na alimentação das classes populares. A cabeça ou "palmito" é também muito apreciado, porém utilizado principalmente pela indústria de conservas. Os frutos são também avidamente consumidos por várias espécies de pássaros. É palmeira altamente ornamental, e muito utilizada em paisagismo na região norte do país. As folhas são usadas para cobertura de casas. As fibras das folhas para tecer chapéus, esteiras e ''rasas'', cestas utilizadas como medida-padrão no transporte e comércio da fruta.Os cachos secos são aproveitados como vassouras. Os frutos novos são utilizados no combate aos distúrbios intestinais; as raízes, empregadas como vermífugos; o palmito, em forma de pasta, atua como anti-hemorrágico, quando aplicado após extrações dentárias.

Florescimento: setembro a janeiro.

Frutificação: julho a dezembro.

Açai (Euterpe oleracea)
O açaí é uma planta típica das florestas de várzea do Baixo Amazonas. Quando você viaja pelos rios que circundam a cidade de Belém, vê a paisagem toda emoldurada pelas folhas lisinhas e brilhantes do açaí.

O açaí é uma palmeira cespitosa, quer dizer, uma palmeira que cresce em touceiras (locais onde há agrupamentos de uma mesma espécie de planta). Só numa touceira pode-se encontrar uns vinte pés de açaí. O estipe, caule dessa palmeira, é bem fininho e chega à altura de 20 a 30 metros. Essa espécie, Euterpe oleracea, foi descrita por Von Martius, naturalista alemão que ficou famoso no início do século XIX de tanto viajar pelo Brasil. Mas antes de Von Martius, conta a lenda que foi a índia Iaçá que descobriu que os frutos do açaí eram um excelente alimento. É uma história trágica:

Antes de existir a cidade de Belém, vivia lá uma tribo que sofria de falta de alimentos. Por isso, o cacique mandava sacrificar todas as crianças que nasciam. Por ironia do destino, sua filha, Iaçá, ficou grávida. Quando a criança nasceu, foi sacrificada. Durante dias, Iaçá rogou a tupã uma solução para acabar com o sacrifício das crianças.Foi quando ouviu um choro de um bebê do lado de fora de sua tenda. Era sua filha sorridente ao pé de uma palmeira. Iaçá correu para abraçá-la, mas acabou dando de cara com a palmeira. Iaçá ficou ali chorando até morrer. no dia seguinte, o cacique encontrou Iaçá morta, agarrada à palmeira, olhando fixamente para as frutinhas pretas. Ele as apanhou, amassou e fez delas um vinho vermelho encarnado. Para os índios, aquilo eram as lágrimas de sangue de Iaçá. Por isso, açaí, em tupi, quer dizer “fruto que chora”.

Açai

O açaí virou o prato principal dos índios da região. Depois, foram chegando os portugueses, os nordestinos, os japoneses. E o que se diz é que eles só ficaram porque experimentaram açaí. O açaí virou uma necessidade diária. Passou a fazer parte da identidade dessa nova tribo que hoje vive na cidade de Belém.

Durante todo esse tempo, o açaí vem sendo colhido pelos ribeirinhos. Quando chega na Feira do Açaí, é levado para lojas que transformam o fruto em vinho e abastecem toda a população de Belém. São 3 mil lojinhas e 150 mil litros de vinho consumido por dia! Belém é o maior centro consumidor de açaí do Brasil e, consequentemente, do mundo. Até que alguém, lá no sul, descobriu que o palmito de açaí substituía bem o palmito de juçara, que estava entrando em extinção na Mata Atlântica , e os nossos açaizeiros começaram a ficar ameaçados. Isso foi nas décadas de 1960 e 1970. O palmito do açaí passou a funcionar como uma poupança para o ribeirinho. Mas para fazer um bom dinheiro, tinha que tirar muito pé de açaí, quase todos que encontrasse na sua propriedade.

Por pouco o povo em Belém ficou sem a sua papinha, não fosse o fato de que, lá no Rio de janeiro, surgiu uma outra moda: a da maromba. Um dia, os lutadores de jiu-jitsu descobriram os poderes da fruta do açaí e começaram a querer tomar o suco todos os dias. Isso foi, mais ou menos, no final dos anos 1980.
O mercado de palmito de açaí passou a ser menos importante e os ribeirinhos perceberam que podiam ganhar mais dinheiro, e por mais tempo, explorando a fruta. Os açaizeiros estavam salvos!

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