Curicaca, Cococoró, Guará e Colhereiro, Aves da Família Threskiornithidae

Curicaca, Cococoró, Guará e Colhereiro, Aves da Família Threskiornithidae

Curicaca (Theristicus caudatus)

Família: Threskiornithidae
Espécie: Theristicus caudatus
Comprimento: 69 cm.

Presente em grande parte do Brasil onde haja vegetação aberta e lagoas, campos em solos pantanosos ou periodicamente alagados, como na Ilha de Marajó (Pará) e no Pantanal. Encontrada também no Panamá e, localmente, em todos os países da América do Sul até a Terra do Fogo, na Argentina, inclusive na região dos Andes. Vive geralmente em bandos pequenos ou solitária, procurando alimento em campos de gramíneas ou em alagados. Tem alimentação variada, composta de insetos e larvas, aranhas, centopéias, pequenos lagartos, cobras e ratos. Alimenta-se durante o dia e também ao pôr-do-sol. Reproduz-se em colônias, construindo seus ninhos no alto das árvores (mais freqüente) ou no chão, próximo à água. Põe 2 ou 3 ovos esverdeados com pontos marrons. Seu nome popular é onomatopéico, semelhante ao som do seu canto, composto de gritos fortes. Conhecida também como despertador (Pantanal), curicaca-comum, curicaca-branca e curicaca-de-pescoço-branco.

Cococoró (Mesembrinibis cayennensis)

Família: Threskiornithidae
Espécie: Mesembrinibis cayennensis
Comprimento: 58 cm.

Única espécie florestal da família, está presente em todas as regiões brasileiras, sendo abundante em alguns locais da Amazônia. Encontrado também desde a Costa Rica e Panamá até o Paraguai e Argentina. Habita florestas de igapó, de várzea e de galeria, bem como margens de igarapés e lagos. Vive solitário ou aos pares, ocasionalmente em grupos de 6 a 8 indivíduos. Alimenta-se de insetos, vermes e plantas, os quais obtêm diretamente na lama, em águas rasas ou nas margens dos locais onde vive. Faz ninhos isolados, em formato de plataformas de gravetos. Seu nome é derivado de seu canto, o qual pode ser ouvido com mais freqüência ao pôr-do-sol. Conhecido também como tapicuru, tapicuru-pequeno, caraúna (Pará) e curubá (Rio Solimões, Estado do Amazonas).

Guará (Eudocimus ruber)

Família: Threskiornithidae
Espécie: Eudocimus ruber
Comprimento: 58 cm.

Pelo seu colorido vermelho intenso, realçado ainda mais nos grandes bandos em que vive, o guará pode ser considerado uma das aves mais belas de nosso País. Originalmente a espécie estava presente em lamaçais litorâneos e manguezais desde a América Central e Antilhas até a Colômbia, Venezuela e Guianas. No Brasil, ocorria em duas áreas separadas: 1) desde o Amapá até o Ceará; 2) nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. As populações do litoral sudeste e sul do País, entretanto, foram drasticamente reduzidas em decorrência da caça indiscriminada (além da carne para alimentação, suas penas eram exportadas para a confecção de adereços!), da captura dos ovos e da destruição e poluição dos manguezais, devido à urbanização. Com essa drástica redução, a espécie foi considerada extinta nos litorais sudeste e sul já na década de 50. A situação só começaria a mudar após 1977, com a observação de 3 indivíduos no litoral do Paraná e o descobrimento, em 1986, de uma população de cerca de 100 indivíduos em Cubatão, no litoral paulista. Atualmente, caso sejam mantidas a proteção dos manguezais e as severas restrições à caça, associadas a medidas de educação ambiental, estas populações do Sudeste e Sul poderão se recuperar num futuro próximo. No litoral norte (Amapá e Pará) e nordeste do Brasil (Maranhão), por outro lado, a situação das populações sempre foi bastante diferente. Apesar da perseguição promovida no passado por caçadores no Pará e Amapá - denunciada pelo pesquisador Emílio Goeldi há mais de um século (1895) - e da coleta de ovos "aos milheiros", os bem preservados manguezais da região favorecem a ocorrência da espécie, que pode ainda ser encontrada em bandos de centenas ou até milhares de indivíduos - em 1995 foi observada uma população estimada em mais de 6.000 indivíduos na ilha Canelas, no litoral do Pará. A coloração dos guarás deve-se a um pigmento de cor vermelha presente nos caranguejinhos dos quais se alimenta - em cativeiro, com alimentação diferente, eles adquirem uma coloração desbotada, cor-de-rosa. Reproduz-se em colônias, havendo ainda poucas informações sobre os locais de reprodução da espécie. Foi relatada a ocorrência de 9 ninhais em todo o litoral nordeste da América do Sul, no período de 1970-72, sendo que apenas 1 encontrava-se no Brasil (Cabo Orange, Amapá, com cerca de 1100 pares reprodutivos em 1971, do total de 20.000 estimados para a América do Sul no período). Outros ninhais foram registrados no litoral norte e nordeste do Brasil em: Turiaçu (Maranhão, 1972), no litoral do Pará (Foz do Gurupi, Viseu e Limondeua, 1972), na Ilha de Marajó (Soure, Salvaterra e Muanã, 1972), no Cabo Cassiporé, no Amapá, na Ilha dos Pretos e na Ilha da Buzina, no Maranhão. Os dados mais recentes de nidificação da espécie no Brasil referem-se a uma população estimada em 3500 indivíduos, encontrada em 1990 no litoral de Viseu, Pará. Os ninhos são plataformas construídas de gravetos, localizadas a cerca de 2 a 12 m de altura nos manguezais. Cada fêmea põe, em média, 2 ou 3 ovos, de cor cinza-oliváceo com manchas e pontos marrons. Conhecido também como guará-verme, guará-rubro e guará-piranga (em tupi, ave vermelha).

Colhereiro (Platalea ajaja)

Família: Threskiornithidae
Espécie: Platalea ajaja
Comprimento: 87 cm.



Presente em grande parte do Brasil e desde o sudeste dos Estados Unidos até a Argentina. Habita manguezais, estuários, pantanais e lagoas de águas rasas. Possui bico achatado e alargado na ponta, lembrando uma colher, o que lhe conferiu um de seus nomes populares. Alimenta-se sacudindo o bico lateralmente na água rasa, em busca de pequenas presas, tais como peixinhos, insetos, moluscos (caramujos), caranguejinhos e camarõezinhos. Vive normalmente em pequenos bandos, rea- lizando pescarias coletivas, com diversos indivíduos andando lado a lado, mariscando na água rasa. Conhecido também como colhereiro-americano e ajajá (em tupi, aiaia = papudo).


Fonte: www.megatimes.com.br
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