Carnaúba (Copernicia cerifera)

Carnaúba (Copernicia cerifera)

Carnaúba (Copernicia cerifera)

Carnaúba ou carnaubeira (Copernicia cerifera,) nome alusivo a seu principal emprego, o de produtora de cera), é uma palmeira que se distribui por todo o Nordeste e penetra nos estados de Goiás e Pará. Os carnaubais são comunidades homogêneas e densas, e encontram-se geralmente em solos argilosos e úmidos. Comumente acompanham as várzeas que flanqueiam os cursos dos rios ou os terrenos baixos, onde não lhes falta umidade. Apresentam-se mais densos e extensos no Ceará e Piauí, de onde provém a maior parte da produção brasileira.

Característica da vegetação do Nordeste brasileiro, a carnaúba foi chamada de "árvore da vida" em vista dos benefícios que oferece.

A palmeira é majestosa, de estipe reto, com uma altura média da ordem de vinte metros, podendo atingir, em condições especiais, até quarenta metros. É planta de crescimento lento, cuja primeira colheita se dá depois do sétimo ou oitavo ano. O caule é cilíndrico e de diâmetro variável da base ao topo, liso ou, o que é mais comum, marcado na parte inferior pelas bases dos pecíolos aderentes. As folhas são flabeladas e multífidas, de longos pecíolos com cerca de um metro de comprimento, armados de fortes acúleos marginais, duros e curvos; apresentam colorido verde-esbranquiçado e são denominadas palmas ou palhas. A inflorescência, protegida por espatas tubulosas, é um regime alongado-peniculado de aproximadamente dois metros de comprimento. O fruto é uma baga ovóide, com dois centímetros de diâmetro, de cor azeitonada que se torna roxo-escura na maturação.

O principal produto de carnaúba é a cera e, para sua obtenção batem-se as folhas, cortadas de maneira a fazer com que a camada cerosa que lhes reveste a epiderme se destaque. A cera é mais espessa e de melhor qualidade nas folhas novas. Tem numerosos empregos, como a fabricação de velas, lacres, vernizes, polidores, ceras para assoalho, atuando ainda como agente impermeabilizador, em embalagens, e isolante, em materiais elétricos.

Com as folhas, muito empregadas para coberturas, faz-se também grande quantidade de objetos de uso doméstico, como esteiras, cestos, abanos e chapéus. Delas extraem-se fibras que servem para confeccionar redes de pesca, cordas e tecidos rústicos. Os pecíolos são aproveitados como material para escovas e vassouras. O caule ou estipe tem serventia para mourões e postes; rachado, fornece caibros, traves e ripas; escavado, é usado na canalização de água. É notável a durabilidade de sua madeira em contato com a água salgada. A madeira presta-se também para trabalhos de marcenaria e dá lenha de apreciável poder calorífico.

O broto produz palmito comestível. Nos períodos de seca, aproveita-se para fins alimentares a fécula extraída da parte interna dos caules jovens. A seiva, fermentada, produz vinagre ou uma bebida semelhante ao vinho. As plantas novas são pastadas pelos animais, sobretudo na ocorrência de seca. Os frutos, entre outras utilidades, servem para engordar porcos e para preparar um sucedâneo do café.


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