Fruto | Estrutura dos Frutos

Fruto | Estrutura dos Frutos

Fruto | Estrutura dos Frutos
Fruto é o órgão das plantas superiores que resulta do desenvolvimento do ovário, parte essencial do órgão reprodutor feminino da flor, o carpelo. Produzem frutos apenas as angiospermas (frutos fechados) e as gimnospermas (frutos abertos).

Fontes preciosas de vitaminas, proteínas, açúcares, gorduras e minerais de importância básica, como cálcio, fósforo, potássio e ferro, os frutos atendem a algumas das necessidades primordiais da alimentação humana e animal: representam, como as flores no plano estético, uma das dádivas da natureza.

Os frutos férteis, com sementes também férteis, resultam do desenvolvimento do ovário após a fecundação e assumem função de grande relevo na propagação sexuada das plantas. Os frutos estéreis, que não contêm sementes ou as possuem atrofiadas (óvulos não fecundados), em nada contribuem para a propagação, que nesse caso se faz por via vegetativa. A banana é o exemplo mais típico do fruto que se forma com sementes atrofiadas, ou seja, sem que haja fecundação dos óvulos pelas células masculinas contidas nos grãos de pólen.

É sobretudo nos cultivares (variedades híbridas aperfeiçoadas para o cultivo) que se registra a produção de frutos sem prévia fecundação, ou partenocarpia. Induzido artificialmente pelo homem mediante tratamento do pistilo com extratos de pólen e substâncias químicas, o recurso passou a ter amplo emprego desde o começo do século XX e propiciou, com o tempo, muitas variedades de frutos sem sementes.

Partes do fruto
Segundo a clássica definição da botânica, com base nas espécies silvestres ainda não submetidas à interferência do homem, o fruto é formado de cabo (podocarpo), que é o próprio cabo da flor (pedúnculo); parede (pericarpo), que é a mesma do ovário, modificada em maior ou menor grau; e sementes, que são os óvulos fecundados e desenvolvidos, com os embriões de novas plantas. Na parede do fruto distinguem-se três camadas de natureza muito variável: a externa (epicarpo), a mediana (mesocarpo) e a interna (endocarpo).

O epicarpo representa a pele ou casca do fruto. O mesocarpo geralmente corresponde à polpa, como no abacate, na manga, no pêssego. Em muitos outros frutos, como o mamão e a uva, a polpa inclui o endocarpo, película em que as sementes se prendem. Já na laranja, limão e demais cítricos, o mesocarpo corresponde à camada branca, esponjosa e seca, e o endocarpo à película formadora dos gomos, em que se prendem os bagos ricos em substâncias de sabor agradável. Nos aquênios, frutos de gramíneas como o trigo e o milho, as três camadas da parede acham-se unidas entre si e com os envoltórios da semente, formando uma película única.

Tipos de frutos
Quando um fruto único é gerado por uma única flor, como na abóbora, diz-se que ele é simples, ou verdadeiro. Quando várias flores entram na formação de um fruto único, diz-se que é composto, ou constitui uma infrutescência. Nesse caso, o fruto pode ser um sicônio, se as flores se prendem a um receptáculo côncavo, como nos figos, ou uma sorose, se as flores se prendem a um receptáculo convexo, como na amora.

O fruto pode também ser múltiplo, quando diversos ovários da mesma flor se unem para dar um único fruto, como na framboesa, no morango e na fruta-de-conde; partido, quando um só ovário se fragmenta, ou quando diversos ovários da mesma flor permanecem isolados e dão, em ambos os casos, diversos frutos, como na erva-doce; complexo, ou pseudocarpo, quando outras peças florais, além do ovário, se desenvolvem exageradamente, como no caju, na pêra e na maçã; ou aberto, quando o carpelo não se fecha e as sementes ficam em contato com o ar, como nas gimnospermas (pinheiros, ciprestes).

O fruto pode ser de vários tipos, no que se refere à consistência, quanto à peculiaridade de abrir-se ou não espontaneamente -- no primeiro caso, deiscente e, no segundo, indeiscente -- e ao modo como se abre.

Diz-se que é uma cápsula quando, depois de maduro, fica seco e se abre, liberando mais de uma semente. Além da cápsula propriamente dita, nome restrito ao fruto que possui diversas lojas e fendas longitudinais (quiabo, algodão), são modalidades do mesmo tipo: o legume ou vagem, se possui uma loja e duas fendas longitudinais (feijão, ervilha); o folículo, se tem uma loja e uma fenda longitudinal (esporinha, jacaré); a síliqua, se tem duas lojas e duas fendas longitudinais (pente-de-macaco e a maioria das bignoniáceas); a silícula, se a forma não é tão alongada quanto a da síliqua (couve, mostarda e a maioria das crucíferas ou brassicáceas); o pixídio, se a abertura, ocorrendo transversalmente ao eixo do fruto, separa a parte superior em forma de tampa (sapucaia, jequitibá); e a porófora, se as sementes saem por orifícios ou poros (eucalipto, papoula).

Pseudofrutos

O fruto é um aquênio quando, depois de maduro, fica seco mas não se abre, e contém uma única semente. Há duas modalidades: o aquênio propriamente dito, se a semente só está presa por um ponto à camada interna do fruto (girassol e demais compostas), e a cariopse ou grão, se a semente se apresenta intimamente unida à camada interna do fruto (milho, trigo e demais gramíneas).

O fruto chama-se baga se, depois de maduro, se torna totalmente carnoso (uva, mamão, banana, laranja), e drupa se, maduro, torna-se carnoso, mas com a camada interna seca e dura (pêssego, azeitona, manga, oiti, ameixa e a maioria dos cocos).

Quando o fruto não se encaixa em nenhum dos tipos precedentes, é considerado atípico, por ser, entre várias outras possibilidades: uma cápsula carnosa, que se abre depois de madura (melão-de-são-caetano, beijo-de-frade); uma vagem indeiscente, que não se abre depois de madura (pau-ferro, jatobá); ou uma sâmara, quando se trata de um aquênio dotado de extensões membranosas, ou asas (olmo, bordo, freixo).

Revestimento e adaptações
Se alguns frutos são lisos, outros são cobertos de pêlos, cerdas, espinhos ou plumas. Esses revestimentos especializados de sua superfície podem representar papéis de suma importância na dispersão das sementes. O caso mais óbvio é o dos frutos que possuem extensões aladas e que, graças a isso, são impelidos pelo vento a consideráveis distâncias.

A dispersão das sementes, além de imperativa, pressupõe certo mistério, ainda não devidamente estudado, de orientação no espaço vital, pois, enquanto o animal se locomove à vontade, a planta, sendo fixa, nasce no lugar onde viverá para sempre e que corresponderá a suas necessidades quanto ao tipo de solo, teor de umidade, incidência de sol etc.

Assim como o vento e a água, meio pelo qual, por exemplo, cocos que boiavam povoaram de coqueiros as ilhas tropicais mais isoladas no mar, também os animais que se alimentam de frutos são importantes na dispersão das plantas. As sementes, graças aos envoltórios que as protegem, em geral ficam imunes à ação dos sucos digestivos e desse modo são depositadas pelos animais, com suas fezes, em novos lugares e em perfeitas condições de germinação.

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Amadurecimento
Na fase de maturação, os frutos carnosos passam por sucessivos processos químicos que modificam sua composição e aparência, ao mesmo tempo em que neles se acumulam diversas substâncias nutritivas, acompanhadas de outras, aromáticas, que atraem os animais. Um dos principais processos químicos da maturação, a hidrólise do amido, produz açúcares, ao passo que a síntese de pigmentos provoca alterações na coloração dos frutos.

Durante essas reações é comum desprender-se gás etileno, o qual, por sua vez, induz o amadurecimento dos frutos ainda verdes. Por essa razão, algumas bananas maduras, colocadas entre outras verdes, aceleram a maturação do cacho. A prática de expor certos frutos à fumaça resultante da queima de querosene ou serragem tem o mesmo fundamento, pois essa combustão produz pequena quantidade de etileno.

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