Babaçu | Botânica e Importância Econômica do Babaçu


Babaçu | Botânica e Importância Econômica do Babaçu

Babaçu | Botânica e Importância Econômica do BabaçuO Babaçu (Orbignya speciosa) é uma planta da família da palmáceas e pode ser encontrada na Região Amazônica, Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia e Mato Grosso.

Outros nomes: baguaçui, uauaçu, aguaçu, bauaçu, coco de macaco, coco de palmeira, coco naiá, coco pindoba, guaguaço.

Características: espécie elegante que pode atingir até 20 m de altura. Estipe característico por apresentar restos das folhas velhas que já caíram em seu ápice, com 30 a 40 cm de diâmetro. Folhas em número de 15 a 20 contemporâneas, com até 8 m de comprimento, arqueadas, mantendo-se em posição retilínea, pouco voltando-se em direção ao solo. Orientando-se para o alto, o babaçu tem o céu como sentido, o que lhe dá uma aparência bastante altiva. Flores creme-amareladas, aglomeradas em longos cachos. Cada palmeira pode apresentar até 6 cachos, sustentados por pedúnculo de 70 a 90 cm de comprimento, surgindo de janeiro a abril. Frutos ovais alongados, de coloração castanha em cachos pêndulos. A polpa é farinácea e oleosa, envolvendo de 3 a 4 sementes oleaginosas. Um Kg de frutos contém 10 unidades.

Habitat: floresta pluvial.

Propagação: plantio direto dos frutos (côco-semente).

Utilidade: O Babaçu é uma das mais importantes representantes das palmeiras brasileiras. O principal produto extraído do babaçu, e que possui valor mercantil e industrial, são as amêndoas contidas em seus frutos. As amêndoas - de 3 a 5 em cada fruto - são extraídas manualmente em um sistema caseiro tradicional e de subsistência. É praticamente o único sustento de grande parte da população interiorana sem terras das regiões onde ocorre o babaçu: apenas no Estado do Maranhão a extração de sua amêndoa envolve o trabalho de mais de 300 mil familias. Em especial, mulheres acompanhadas de suas crianças: as "quebradeiras", como são chamadas. Não obstante, as inúmeras tentativas de se inventar e implementar a utilização de máquinas para a realização da tarefa, a quebra do fruto tem sido feita, desde sempre, da mesma e laboriosa maneira. Sendo a casca do fruto do babaçu de excepcional dureza, o procedimento tradicional utilizado é o seguinte: sobre o fio de um machado preso pelas pernas da "quebradeira", fica equilibrado o coco do babaçu. Depois de ser batido, com muita força e por inúmeras vezes, com um pedaço de pau, finalmente, o coco parte-se ao meio, deixando aparecer suas preciosas amêndoas.

O babaçu concentra altos teores de matérias graxas, ou seja, gorduras de aplicação alimentícia ou industrial. Assim, o principal destinatário das amêndoas do babaçu são as indústrias locais de esmagamento, produtoras de óleo cru. Constituindo cerca de 65% do peso da amêndoa, esse óleo é subproduto para a fabricação de sabão, glicerina e óleo comestível, mais tarde transformado em margarina, e de uma torta utilizada na produção de ração animal e de óleo comestível. Suas folhas servem de matéria-prima para a fabricação de diversos utilitários como cestos de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas, janelas, portas, armadilhas, gaiolas, etc. e como matéria-prima fundamental na armação e cobertura de casas e abrigos. Durante a seca, essas mesmas folhas servem de alimento para a criação.

O estipe do babaçu, quando apodrecido, serve de adubo. Se em boas condições, é usado em marcenaria rústica. Das palmeiras jovens, quando derrubadas, extrai-se o palmito e coleta-se uma seiva que, fermentada, produz um vinho bastante apreciado regionalmente. As amêndoas verdes - recém-extraídas, raladas e espremidas com um pouco de água em um pano fino fornecem um leite de propriedades nutritivas semelhantes às do leite humano, segundo pesquisas do Instituto de Recursos Naturais do Maranhão. Esse leite é muito usado na culinária local como tempero para carnes de caça e peixes, substituindo o leite de coco-da-bahia, e como mistura para empapar o cuscuz de milho, de arroz e de farinha de mandioca ou, até mesmo, bebido ao natural, substituindo o leite de vaca. A casca do coco, devidamente preparada, fornece um eficiente carvão, fonte exclusiva de combustível em várias regiões do nordeste do Brasil. A população, que sabe aproveitar das riquezas que possui, realiza freqüentemente o processo de produção do carvão de babaçu durante a noite: queimada lentamente em caieiras cobertas por folhas e terra, a casca do babaçu produz uma vasta fumaça aproveitada como repelente de insetos.

Outros produtos de aplicação industrial podem ser derivados da casca do coco do babaçu, tais como etanol, metanol, coque, carvão reativado, gases combustíveis, ácido acético e alcatrão.

Florescimento: janeiro a abril.

Frutificação: agosto a janeiro.

Fonte: www.megatimes.com.br
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