HIDROGRAFIA E BACIAS HIDROGRÁFICAS


Hidrografia e Bacias Hidrográficas


O volume global de água da Terra é estimado em 1.420.000.000 km³ e abrange oceanos, mares, geleiras, água do subsolo, lagos, água da atmosfera e rios. A maior parte está concentrada em oceanos e mares – 1.380.000.000 km³ –, correspondendo a 97,3% da reserva hídrica do mundo. Os oceanos e os mares ocupam 71% da área do globo. As águas continentais possuem um volume total de 38.000.000 km³, valor que representa 2,7% da água do planeta. A água doce congelada (geleiras e calotas polares) representa a maior parte das águas continentais; em menor grau, entram na sua composição a água doce armazenada no subsolo (lençóis freáticos e poços), a água de lagos e pântanos, a água da atmosfera e a água dos rios.

Oceanos
Vasta extensão de água salgada que envolve os continentes e cobre a maior parte da Terra. Existem três oceanos: o Pacífico é o maior deles (179.700.000 km²), seguido do Atlântico (106.100.000 km²) e do Índico (74.900.000 km²). O oceano Atlântico banha o leste da América e o oeste da Europa e da África. O oceano Pacífico, o maior dos três, envolve o oeste da América e o leste da Ásia e da Austrália. O oceano Índico banha o leste da África, o sul da Ásia e o oeste da Austrália. Esses três oceanos se encontram no pólo sul da Terra, a Antártica. No pólo norte encontra-se o chamado mar Glacial Ártico, com 14.000.000 km², considerado, pela maioria dos cientistas, um mar formado pelo oceano Atlântico.

Os oceanos são uma importante fonte de recursos para o homem. Contêm enormes reservas de minerais – diamante, areia, conchas de ostra, cascalho e fosforita –, além de petróleo, gás natural, enxofre e potássio no interior das rochas. Atualmente o petróleo e o gás natural respondem por 90% das riquezas minerais obtidas nos oceanos e 61,9% da energia produzida no mundo. O transporte oceânico de carga é o mais barato que existe, em virtude da grande capacidade dos navios.

Mares
Enquanto os oceanos cobrem vastas extensões e envolvem as massas continentais, os mares são considerados parte deles: ocupam áreas mais reduzidas, localizando-se entre limites continentais. Também apresentam menor profundidade que os oceanos e maior variação de salinidade, densidade, temperatura e transparência das águas.

Lagos
Depressões do solo cheias de água. Alguns possuem comunicação com o mar, como o lago Ontario, na América do Norte, e outros estão no interior de bacias fechadas, como o lago Titicaca, no Peru, a 3.810 m de altitude. Os lagos de água salgada e de grande extensão também são chamados de mares, como, por exemplo, o mar Cáspio, no oeste da Ásia, e o mar de Aral, entre o Cazaquistão e o Uzbequistão.

Rios

Cursos naturais de água que se deslocam de um nível mais alto (nascente) até atingir, em níveis mais baixos, a foz ou desembocadura (mar, lago ou outro rio), onde lançam suas águas. Durante o percurso aumentam progressivamente o volume de suas águas como conseqüência do encontro com outros rios (afluentes). Os rios podem ser perenes, quando mantêm o escoamento durante o ano todo; temporários, quando secam no período de estiagem; ou efêmeros, quando só ficam cheios durante a época de chuva.

As bacias hidrográficas são regiões geográficas formadas por diversos rios que deságuam em um curso de água principal. O aproveitamento econômico dos rios é diversificado. Eles irrigam as terras agrícolas, abastecem os reservatórios de água urbanos, fornecem alimentos e produzem 2,6% da energia mundial por meio das hidrelétricas. O transporte fluvial também é largamente utilizado em razão do baixo consumo de energia e da grande capacidade de carga dos navios.
Área drenada por um rio e seus afluentes.

A delimitação de uma bacia hidrográfica se faz através dos divisores de água que captam as águas pluviais e as desviam para um dos cursos d'água desta bacia. A bacia hidrográfica pode ter diversas ordens e dentro de uma bacia podem ser delimitadas bacias menores.

A nomenclatura de uma bacia hidrográfica é dada pelo principal rio ou curso de água por onde ocorre a descarga da água drenada por esta bacia, desconsiderando o fluxo de água subterrâneo, que pode, até um certo ponto, ser independente da bacia, ou bacias, sob a qual ocorre. (ver água subterrânea).

Em princípio, a quantidade de água que se precipita numa bacia hidrográfica deve ser igual à quantidade de água que é descarregada pelo seu principal curso de água, subtraindo-se a água que evapora. Se houver sistemas subterrâneos confinados, é necessário levar em consideração a dinâmica de seu fluxo.

Na moderna legislação brasileira sobre águas (Lei Federal sobre Recursos Hí­dricos N.9433/1997) é dada uma importância capital à bacia hidrográfica como unidade territorial para o gerenciamento dos recursos hídricos,visando suas múltiplas utilizações.

Este opção se mostra muito acertada, pois é no âmbito da bacia hidrográfica que ocorrem os principais fatores capazes de mudar a quantidade e a qualidade da água disponível para uso múltiplo, tais como: erosão e assoreamento,mudanças das características de permeabilidade do solo,provocadas pelo desmatamento e pela agricultura,a poluição de qualquer ponto de um curso d'água da bacia, acarreta consequências em todas as áreas a jusante,a poluição do subsolo em aquífero livre leva à contaminação da água superficial da bacia, desde que este aquífero livre não seja extensão (a parte livre ou zona de recarga de um aquífero confinado.

É necessário frisar que os fenômenos atmosféricos, como a pluviometria, só são afetados de forma sensível, por mudanças que ocorrem em grandes bacias hidrográficas. Os efeitos provocados por mudanças ocorridas em pequenas bacias (sub-bacias) se acumulam e se refletem nas bacias maiores.

Da mesma forma é bom lembrar que os efeitos da poluição atmosférica podem ultrapassar os limites das bacias hidrográficas.

Pierre Perrault
Hidrólogo francês(1608-1680)que no século XVII, através de um trabalho simples mas engenhoso, mostrou que a água total descarregada por um rio, pode ter sua origem explicada pela quantidade de água que se precipita na bacia hidrográfica deste rio. Através de seu trabalho Perraul lançou a base para a melhor compreensão do ciclo hidrológico e para se compreender a origem da água subterrânea.

Comitê de bacia

Comitê de bacia

Órgãos regionais e setoriais, deliberativos e normativos de bacias hidrográficas; segundo a Lei Estadual n.° 12.729/99, do Paraná, o Comitê de Bacia Hidrográfica é composto por: representantes das instâncias regionais das instituições públicas estaduais com atuação em meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimentos sustentáveis; representantes dos municípios, de organizações da sociedade civil com atuação regional na área de recursos hídricos e dos usuários; tem, entre outras, as seguintes funções: a) promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes; b) arbitrar, em primeira instânia administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos; c) aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia hidrográfica; d) acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da Bacia e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas; d) propor critérios e normas gerais para a outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos; e) aprovar proposta de mecanismo de cobrança pelo uso de recursos hídricos e dos valores a serem cobrados.
Cobrança Pelo Uso da Água

Cobrança Pelo Uso da Água


Instituída pela Lei Federal n.° 9.433/77, baseada no princípio usuário-pagador, a cobrança pelo uso da água atinge os usuários da água bruta, tanto aquele que capta a água para diversos usos quanto ao que usa a água como diluidor de seus efluentes; a cobrança pelo uso da água pelo usuário tem como objetivos principais: reconhecer a água como bem econômico; incentivar a racionalização, do seu uso e obter recursos financeiros, os quais serão aplicação proprietária na bacia hidrográfica onde foram gerados, colaborando-se diretamente para a melhoria ambiental da região; também prevista na Lei Estadual n.°12.726/99, do Paraná.

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